Bem,
a pergunta é um tanto quanto complexa porque envolve uma compreensão
das várias causas desse problema, principalmente família e escola.
Bem
os alunos que ocuparam as escolas de São Paulo responderam uma coisa
interessante e sem novidades para nós: queremos uma escola que além
de ensinar, desenvolvam atividades culturais, artísticas, sociais,
ambientais, audiovisuais, esportivas e que envolvam os alunos nas
atividades cognitivas e artísticas.
Percebe-se
que a escola não dá mais conta dos interesses e necessidades dos
jovens do século XX1. E algumas perguntas que não fizemos: quem é
essa juventude que está chegando em nossas escolas? E o que é a
juventude? Juventude tornou o conceito de adolescente obsoleto?
Em
2015 e em anos anteriores falamos tanto em resultados, mas precisamos
falar mais em processos pedagógicos e pessoas, principalmente a
formação de nossos professores para qualificar melhor esse debate e
a qualidade do ensino.
Um fato a ser observado por alunos que ocuparam as escolas de Sâo Paulo, Paraná e Goiás é que as escolas precisam ser interessantes e atingir os interesses de aprendizagem da Juventude e por isso, não se pode fazer ensino apenas com lousa, livros, textos, aulas e fala dos professores. Também não se pode fazer EaD apenas com ferramentas de internet, redes e computadores, etc. Por trás de tudo isso existe uma coisa maior: envolvimento entre professores e alunos, sinergia, corações que pulsam, necessidades de compreensão e projetos de vida.
Bem,
eu poderia perguntar por que esses alunos não gostam da escola? É a
forma como são ensinados? As condições de ensino? E por que os
outros participam?
Algumas
pesquisas publicadas em livros podem sinalizar algumas respostas ou
compreensão das causas do “não gostar de estudar” de parte de
nossso alunos.
Livro
Aprova Brasil. O Direito de Aprender. Bosas práticas em escolas
públicas avaliadas pela Prova Brasil. [PDF]Aprova
Brasil : o direito de aprender - Unicef
www.unicef.org/brazil/pt/aprova_final.pdf
A
pesquisa, a partir da Prova Brasil, revela algumas questões que
fazem diferença nessas escolas, entre as quais: Práticas
pedagógicas (trabalho coletivo, em equipe, compartilhado,
coordenado); projetos de ensino; inovações na organização da
escola; ensino contextualizado; implementação de novas formas de
acompanhamento e avaliação da aprendizagem dos alunos; realização
de atividades externas com os alunos; e, incentivo à prática de
jogos e esportes; a importância do professor; ambiente escolar e
relação entre as pessoas; organização e disciplina como elementos
que valorizam a escola; os ambientes de aprendizagem, etc.
Já
a pesquisa
no
livro Dez Escolas, dois padrões de qualidade. Uma pesquisa em dez
escolas públicas de Ensino Médio do Estado do Ceará de André
Haguette e Márcio k. M. Pessoa, também sinaliza algumas respostas e
outros questionamentos, principalmente das cinco melhores escolas do
estado do Ceará: os alunos têm desejo de aprender; autodisciplina e
aproveitam melhor o tempo letivo e principalmente dispõe de
excelentes infra-estrutura escolar. Em contra-partida, as cinco
piores escolas apresentam alunos com desmotivação, falta de
concentração e que se recusam até levar livros para a escola e
isso é colaborado por infra-estrutura escolar deficitária e as
condições de ensino e outras questões.
Disponível
aqui
http://www.seduc.ce.gov.br/index.php/mapas-spaece-alfa/87-pagina-inicial-servicos/desenvolvimento-da-escola/7067-aperfeicoamento-pedagogico
Do
livro Escolas inovadoras. PDF]escolas
inovadoras EXPERIENCIAS BEM-SUCEDIDAS EM ...
www.dominiopublico.gov.br/.../DetalheObraDownload.do?select.
Experiências
bem-sucedidas em escolas públicas, a
pesquisa
apresenta um relatório para o seguinte
questionamento: quais as estratégias que fazem a diferença? Eis as
questões:
1.
A importância do clima escolar.
2.
O papel do diretor;
3.
A valorização do aluno;
4.
A valorização do professor;
5.
A valorização da escola;
6.
O exercício do diálogo permanente;
7.
O trabalho coletivo;
8.
A participação da família e da comunidade.
Por
que é tão desafiador conseguir a atenção dos alunos nas duas
modalidades?
Salvo
engano, a evasão escolar é maior em cursos a distância, tendo em
vista que os alunos precisam de mais feedback e tem as mesmas
necessidades de orientação como qualquer aluno de curso presencial,
fazendo com o que a mediação do professor seja muito importante.
Bem,
as organizações empresarias têm apontado um caminho: gerir e
compreender pessoas: seus desejos e necessidades. E elas entenderam
que o diferencial de qualquer organização está nas pessoas e isso
passa
pela
compreensão de necessidades.
E
pergunto: alguma vez planejamos e ensinamos a partir dos desejos e
necessidades de aprendizagem dos alunos? Fazemos avaliações
diagnósticas?
Veja
que muitos alunos ainda não desenvolveram um projeto de vida, mas
são pessoas com desejos e necessidades e por isso precisam ser
estimuladas para a formulação de projetos de vida. A escola pode e
deve fazer os alunos sonharem.
Será
que na modalidade a distância onde temos a tecnologia como parceira
pode ter um fator a mais para atrair a atenção dos alunos?
Bem,
tenho pensado que mais do que
tecnologia
ou recursos tecnológicos, precisamos investir em formação de
professores para ressignificação da ação docente. O problema da
educaçaõ vai muito além da tecnologia, o que está em discussão
nesse momento é como o aluno aprende e como se pode desenvolver um
ensino centrado no aluno como foco na aprendizagem.
Tenho
questionado sobre o “não querer” do ano nas atividades
escolares, mas por que os alunos gostam das aulas de educação
física? Por que os alunos gostam das aulas de dança e artes? Por
que os alunos gostam de produzir audiovisuais? Por que os alunos
gostam de esportes, cultura e de participar de eventos ambientais,
culturais, gincanas, etc?
Se
perguntarnos a nós mesmos, que momentos bons guardamos quando éramos
alunos da educaçaõ básica? Que lembranças guardamos de nossas
escolas e de nossos professores?
Concordo
que o maior desafio do professor é fazer o aluno participar das
atividades. E isso passa pela elaboração e execução de um projeto
político pedagógico inovador, pela infra-estrutura escolar,
condições de ensino, metodolodia de ensino, planejamento e
acompanhamento da gestão pedagógica.
Tive
uma experiência fantástica quando era professor de ciências da 8ª
série de uma escola estadual . E alguns alunos não participavam da
atividade. E para minha surpresas esses alunos solicitaram que os
liberasse para participar das aulas de ciências de uma colega que
ensinava na sala ao lado. Não só os liberei como fui assistir a
aula da professora. Lá estava minha colega desenvolvendo um trabalho
formidável com um projeto sobre farmácia viva.
Bem,
o fato é que ninguém tem receita pronta, mas ainda acredito que o
professor reflexivo de sua ação docente é um dos caminhos para a
qualidade da educaçaõ, seja presencial ou a distância. O que está
em construção é o professor mediador e problematizador de “mentes
em brasa”.
Atenciosamente,
Luís
Moreira
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