domingo, 15 de janeiro de 2017

O professor transmite informação ou conhecimento?


Eis o desafio. Vejam abaixo a imagem e percebam que nessa suposta sociedade do conhecimento o professor é ainda mais importante, mas vamos pensar que professor estamos falando.
O professor transmite informação ou conhecimento?
FOTO: Informação vs. Conhecimento; desenho que está circulando no Facebook.
O professor tem a função de transmitir algo para os alunos ou criar situações para que estes possam desenvolver algo mais elaborado? Qual o cerne principal da novas tecnologias na
educação?

Jean Piaget, o conhecimento resulta de um processo de construção, mediante atividade do sujeito em interação permanente com seu mundo físico e social. Isso significa que o conhecimento não é doado de um ser humano para o outro, por melhores que sejam as intenções de quem pretende ensinar alguma coisa a alguém.

Para o autor, o papel do professor é ser mediador da relação educando-objeto de conhecimento, sendo que compreenda que é preciso ser consciente de que o prazer de aprender interliga o ato de aproximação entre o professor e aluno.

Além disso, é preciso desenvolver uma pedagogia fundamentada no respeito mútuo, na solidariedade e na afetividade, onde professores e alunos (crianças) ensinam, aprendem e sentem. Dessa maneira, a afetividade tem um papel importante na construção do conhecimento.

E penso que o maior desafio de nossa sociedade não é apenas contextualizar a informação, mas descontextualizá-la. E penso que nunca foi tão fácil manipular mentes e corações nesses tempos de redes sociais.

A manipulação não se dá pelo que está sendo publicado, falado, escrito, mas pelo que não é dito, escrito e televisionado. Não iremos entender o mundo e nem o país pelas lentes míopes de nossa velha mídia.

O verdadeiro olhar e a compreensão das coisas estão nas entrelinhas e as pessoas precisam desenvolver a competência para tecer os fios que os levem para o conhecimento mais elaborado. E por outro lado, penso que nunca foi tão importante o professor em toda a história da humanidade.

Um professor que possibilite ao aluno, uma educação problematizadora que o desafie a pensar e a questionar as coisas.

E que tenha mais consciência de uma proposta de ensino dentro de uma visão sociointeracionista proposta por Vygotsky, em que na zona de desenvolvimento proximal, o que interessa é aquilo que o aluno pode fazer com a ajuda do professor e dos demais alunos (zona de desenvolvimento potencial) em aprendizagem cooperativa.

O verdadeiro sentido do professor é mediar o ensino para ajudar o aluno a transformar informação em conhecimento (aspecto cognitivo), mas ir mais além: a formação humana, na relação entre sujeito que aprende e sujeito que ensina.

Devo concordar com o grande mestre Paulo Freire que ninguém consegue transmitir conhecimentos e por isso a necessária presença do professor para provocar nos alunos as perguntas fundamentais. Entendo que estamos impregnados de informações, pouco conhecimento e principalmente sabedoria. E novamente afirmo que é a imaginação criadora que move o mundo.

E veja que como professores deveremos desenvolver competências para criar materiais e situações de aprendizagem e que, através da mediação pedagógica, fazer o aluno atingir o seu desenvolvimento potencial e consequentemente a aprendizagem. Informações estão em qualquer lugar, aqui, nesse momento, mas o conhecimento é quando ressignificamos essas informações para resolver problemas e criar coisas, por exemplo, a proposta de uma matriz curricular por competências e habilidades.

E dessa forma, o conhecimento está nas estruturas mentais, em nossa capacidade de imaginar e criar coisas de um lado, de outro, nas grandes decisões que devemos tomar que a sabedoria possa ser um instrumento de direção para as coisas certas com respeito ao outro.

Veja essa outra imagem que amplia ainda mais essa compreensão - diferença entre Dados, Informação, Conhecimento, Ideia e Sabedoria.

http://www.empregoland.com.br/artigos/diferenca-entre-dados-informacao-conhecimento-ideia-e-sa bedoria/

3 comentários:

  1. Olá professor Luís Moreira, tudo bem?
    Meu nome é Daniel Ludovico Souza Abdala.
    Sou estudante amador de filosofia, formado em Música Bacharelado com habilitação em piano pela Universidade Federal de Goiás.

    Gostei do seu texto, mas faltam referências para formatar a opinião.
    Se me permite a franqueza amiga. Tomo-a como liberdade.

    - QUE AUTORIDADE VOCÊ PENSA QUE TEM PARA FALAR DE SABEDORIA? -

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    1. Bom dia, vi agora o seu comentário. Faço textos sem a preocupação com o rigor científico, mas muito grato pelo comentário e deixe aqui as referências das leituras: VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. 5ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky – Aprendizado e Desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Spcione, 1993.

      REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: um perspectiva histórico-cultural da educação. 6ª ed. Petrópolis: Vozes, 1998.

      PAPERTM, Seymour. A Máquina das Crianças: repensando a escola na era da informática. Trad. Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
      E a referência mais importante deste texto é FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários (1996, p. 21) Ensinar não é transferir conhecimento. Abraços.

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    2. E outros autores nessa linha de pesquisa. Abraços

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