domingo, 15 de janeiro de 2017

Os liivros continuarão a existir apesar dos ebooks e os professores imprescindíveis.





Participei de muitos cursos como aluno e tutor em EaD e Informática na Educação desde os últimos 17 anos e estou convencido de algumas coisas: os livros continuarão a existir apesar dos ebooks, as escolas continuarão a existir (não o modelo de escola atual com suas estruturas e currículo), e o professor continuará a existir, não o professor "transmissor" de conhecimentos. 
 
Veja que o aparecimento do livro trouxe uma inquietação muito grande aos professores e continua sendo uma tecnologia imprescindível em nossas vidas.
Penso que ninguém transmite conhecimentos porque o conhecimento se produz dentro das estruturas mentais em processo de mediação docente. O currículo por resolução de problemas é um dos caminhos e o professor mediador, que sabe instigar as perguntas fundamentais aos alunos na resolução de problemas, está em construção.
Claro, a informação flui em redes e qualquer lugar, mas o conhecimento se produz em processo de construção e reconstrução nas estruturas mentais pela ressignificação da informação na resolução de problemas ou na criação de ideias e soluções pelo  trabalho docente.
Uma voz linda não fará sucesso se não houver a arte de quem cria. É a imaginadora criadora que possibilitará a instauração de coisas novas.
Não é a modernidade que criará coisas, mas a imaginação criadora que cria a modernidade e lhe dará sentidos, aplicação e novas formas de fazer as coisas, principalmente “ensinar” porque a palavra ensinar carrega algo muito mais profundo do que apenas “doar aulas”,ou “transmitir algo”.
Aqui http://www.lite.fe.unicamp.br/sapiens/ensinar.htm poderemos entender que as práticas pedagógicas poderão dá significados e ressignificar, a depender das diferentes concepções que carregamos, do ensinar que pode ser: mero ato de transmissão; como o efeito do treinamento; como um processo de descoberta sob a orientação do outro.(aqui se entende o ato de ensinar como a procura do sujeito que aprende sob a orientação de outro (indicações e orientações) em que o conhecimento é um produto de trabalho social e que sua aquisição é obra de investigação e (re)elaboração com a colaboração do outro.
E nesse sentido, podemos pensar em escolas sustentáveis sendo aquelas em que os alunos aprendem e se desenvolvem para intervir transformando realidades. Escola sustentável é aquela que ensina e o aluno aprende em diferentes realidades. E poderemos ampliar o conceito de escola sustentável para aquela que prepara a “vida” para respeitar outras diferentes “formas de vida” e opções de “vida”
O que está em gestação é uma nova escola, com novas estruturas, novas formas de ensinar e de aprender. A escola que está, deixará de existir.
Eu tenho a minha ideia de escola, uma escola que efetive não só o ensino, mas a pesquisa. Uma escola sociointeracionista que a partir do “inventário da realidade” possa elaborar o seu PPP e seu currículo. Uma escola sociointeracionista de educação integral que possa colocar o aluno em contato com as setes artes, todas as formas de jogos, entre eles o xadrez; uma escola integral de educação integral que possibilite uma nova aliança da “vida” com outras “formas de vida”; que possa fazer a criança sentir o cheiro da terra em uma educação ambiental contextualizadora e problematizadora. Uma escola rica em tecnologias digitais, mas também rica de natureza, cultura e de muitos esportes.Uma escola preocupada não apenas com a questão cognitiva, mas como todas as dimensões humanas. Na minha escola tinha uma inscrição que nunca esqueci: mente sã in corpore sano
Como diz Celestin Freinet: As crianças precisam de pão e de rosas. O pão do corpo, que mantém o indivíduo em boa saúde fisiológica. O pão do espírito, que você chama de instrução, conhecimentos, conquistas técnicas, esse mínimo sem o qual corremos o risco de não conseguir a desejável saúde intelectual. E das rosas também – não por luxo, mas por necessidade vital.A planta tem necessidade de sol e de céu azul, o animal não degenerado pela domestificação não sabe viver sem o ar puro da liberdade. A criança precisa de pão e de rosas.
(Célestin Freinet, Pedagogia do Bom Senso, p. 104-105 )
E por fim, o cerne de toda a discussão não é apenas tecnologia educacional, as novas mídias, mas o como, ou seja, como desenvolver metodologias de ensino a distância para focar os trabalhos cooperativos e a aprendizagem cooperativa em uma proposta sociointeracionista mediada pelo professor e alunos alunos.
E creio que a EaD com suas plataformas cada mais mais dinâmicas e interacionais, utilizando todas as formas de comunicação, videoconferência (webconferência), continuará a ser e atuar dentro de uma proposta pedagógica inovadora de complemento e necessidades de formação de profissionais (professores principalmente) em uma combinação de encontros presenciais e virtuais.
E falo com a experiência de quem foi aluno em graduação semipresencial e faz outra graduação semipresencial.
A abordagem sociointeracionista está entrelaçada no atual curso, mas no outro tive a sensação de que um curso presencial foi digitalizado na plataforma com muito mais atividade individual do que atividades cooperativas com exceção das disciplinas temáticas
No entanto, foi o desenvolvido de aprendizagem cooperativa em redes e encontros presenciais de estudos que fortaleceram a turma e os bons resultados.
Fizemos muitos trabalhos de grupos a distância, editando vídeos, produzindo material e artigos em um processo de comunicação permanente através do AVA, e-mail e celular.
E como professor-tutor continuo apostando na aprendizagem cooperativa, a formação de células de estudos. E na impossibilidade da presença do tutor a distância nos encontros presenciais, a alternativa é a formação de grupos para a aprendizagem cooperativa com o tutor do outro lado para dirimir dúvidas.
E fizemos isso com muito sucesso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário