Participei
de muitos cursos como aluno e tutor em EaD e Informática na Educação
desde os últimos 17 anos e estou convencido de algumas coisas: os
livros continuarão a existir apesar dos ebooks, as escolas
continuarão a existir (não o modelo de escola atual com suas
estruturas e currículo), e o professor continuará a existir, não o
professor "transmissor" de conhecimentos.
Veja
que o aparecimento do livro trouxe uma inquietação muito grande aos
professores e continua sendo uma tecnologia imprescindível em nossas
vidas.
Penso
que ninguém transmite conhecimentos porque o conhecimento se produz
dentro das estruturas mentais em processo de mediação docente. O
currículo por resolução de problemas é um dos caminhos e o
professor mediador, que sabe instigar as perguntas fundamentais aos
alunos na resolução de problemas, está em construção.
Claro,
a informação flui em redes e qualquer lugar, mas o conhecimento se
produz em processo de construção e reconstrução nas estruturas
mentais pela ressignificação da informação na resolução de
problemas ou na criação de ideias e soluções pelo trabalho
docente.
Uma
voz linda não fará sucesso se não houver a arte de quem cria. É a
imaginadora criadora que possibilitará a instauração de coisas
novas.
Não
é a modernidade que criará coisas, mas a imaginação criadora que
cria a modernidade e lhe dará sentidos, aplicação e novas formas
de fazer as coisas, principalmente “ensinar” porque a palavra
ensinar carrega algo muito mais profundo do que apenas “doar
aulas”,ou “transmitir algo”.
Aqui
http://www.lite.fe.unicamp.br/sapiens/ensinar.htm
poderemos entender que as práticas pedagógicas poderão dá
significados e ressignificar, a depender das diferentes concepções
que carregamos, do ensinar
que pode ser: mero
ato de transmissão;
como
o efeito do treinamento; como um processo de descoberta sob a
orientação do outro.(aqui se entende o ato de ensinar como a
procura do sujeito que aprende sob a orientação de outro
(indicações e orientações) em que o conhecimento é um produto de
trabalho social e que sua aquisição é obra de investigação e
(re)elaboração com a colaboração do outro.
E
nesse sentido, podemos pensar em escolas sustentáveis sendo aquelas
em que os alunos aprendem e se desenvolvem para intervir
transformando realidades. Escola sustentável é aquela que ensina e
o aluno aprende em diferentes realidades. E poderemos ampliar o
conceito de escola sustentável para aquela que prepara a “vida”
para respeitar outras diferentes “formas de vida” e opções de
“vida”
O
que está em gestação é uma nova escola, com novas estruturas,
novas formas de ensinar e de aprender. A escola que está, deixará
de existir.
Eu
tenho a minha ideia de escola, uma escola que efetive não só o
ensino, mas a pesquisa. Uma escola sociointeracionista que a partir
do “inventário da realidade” possa elaborar o seu PPP e seu
currículo. Uma escola sociointeracionista de educação integral que
possa colocar o aluno em contato com as setes artes, todas as formas
de jogos, entre eles o xadrez; uma escola integral de educação
integral que possibilite uma nova aliança da “vida” com outras
“formas de vida”; que possa fazer a criança sentir o cheiro da
terra em uma educação ambiental contextualizadora e
problematizadora. Uma escola rica em tecnologias digitais, mas também
rica de natureza, cultura e de muitos esportes.Uma escola preocupada
não apenas com a questão cognitiva, mas como todas as dimensões
humanas. Na minha escola tinha uma inscrição que nunca esqueci:
mente sã in corpore sano
Como
diz Celestin Freinet: As
crianças precisam de pão e de rosas. O pão do corpo, que mantém o
indivíduo em boa saúde fisiológica. O pão do espírito, que você
chama de instrução, conhecimentos, conquistas técnicas, esse
mínimo sem o qual corremos o risco de não conseguir a desejável
saúde intelectual. E das rosas também – não por luxo, mas por
necessidade vital.A planta tem necessidade de sol e de céu azul, o
animal não degenerado pela domestificação não sabe viver sem o ar
puro da liberdade. A criança precisa de pão e de rosas.
(Célestin
Freinet, Pedagogia do Bom Senso, p. 104-105 )
E
por fim, o cerne de toda a discussão não é apenas tecnologia
educacional, as novas mídias, mas o como, ou seja, como desenvolver
metodologias de ensino a distância para focar os trabalhos
cooperativos e a aprendizagem cooperativa em uma proposta
sociointeracionista mediada pelo professor e alunos alunos.
E
creio que a EaD com suas plataformas cada mais mais dinâmicas e
interacionais, utilizando todas as formas de comunicação,
videoconferência (webconferência), continuará a ser e atuar dentro
de uma proposta pedagógica inovadora de complemento e necessidades
de formação de profissionais (professores principalmente) em uma
combinação de encontros presenciais e virtuais.
E
falo com a experiência de quem foi aluno em graduação
semipresencial e faz outra graduação semipresencial.
A
abordagem sociointeracionista está entrelaçada no atual curso, mas
no outro tive a sensação de que um curso presencial foi
digitalizado na plataforma com muito mais atividade individual do que
atividades cooperativas com exceção das disciplinas temáticas
No
entanto, foi o desenvolvido de aprendizagem cooperativa em redes e
encontros presenciais de estudos que fortaleceram a turma e os bons
resultados.
Fizemos
muitos trabalhos de grupos a distância, editando vídeos, produzindo
material e artigos em um processo de comunicação permanente através
do AVA, e-mail e celular.
E
como professor-tutor continuo apostando na aprendizagem cooperativa,
a formação de células de estudos. E na impossibilidade da presença
do tutor a distância nos encontros presenciais, a alternativa é a
formação de grupos para a aprendizagem cooperativa com o tutor do
outro lado para dirimir dúvidas.
E
fizemos isso com muito sucesso.
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