domingo, 15 de janeiro de 2017

Falamos português ou falamos brasileiro?

 


Temos dificuldades para entender as nossas origens? É preciso adentrar em outras áreas do conhecimento para expor essa idiossincrasia de nossas origens?  Somos um povo que fala dezenas de línguas e uma maioria que fala uma língua em formação – chamada de “língua portuguesa” – e que foi colonizado não apenas por portuguesas, mas por vários povos da Europa e com grande contribuição das matrizes africanas. 
 
E para isso, importa lembrar do livro do grande Darcy Ribeiro: O Povo Brasileiro. A Formação e o Sentido do Brasil e a gestação desse povo chamado brasileiro que fala “português.
Darcy Ribeiro escreve que sob a regência dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais se enfrentaram e fundiram para dar lugar a um novo povo mestiçado, dinamizado pelo sincretismo cultural e singualizado pela redefinição de traços culturais oriundos dos colonizadores e colonizados.
O autor também procura expor suas leituras e reflexões sobre a formação do povo brasileiro e sobre as ressignicações que ele foi tomando ao longo da existência desse país e penso que também é relevante pensar na configuração da “língua brasileira” ao longo de nossa existência.
E nesse processo de reconfiguração da “língua brasileira”, percebe-se que falamos outra língua quando temos oportunidade de assistir um telejornal português ou quando temos que ler um artigo escrito na “língua-mãe”, ou mesmo quando temos a oportunidade de falar com um patrício.
A própria Microsoft criou dois sistemas operacionais: português (portugual) e português (brasileiro) o que mostra o distanciamento das línguas em suas variações e origens.
Não sou linguísta e tenho dificuldades para adentrar nesse assunto, mas conheço um pouco de história para se pensar na formação da língua francesa quando a Gália era de origem Celta e falava língua celta (gaulesa) e que foi se perdendo pela conquista, primeiro do império Romano quando a Gália passa a ser “Galo Romano” e depois vieram as conquistas dos povos germânicos, os francos, etc. E que sobrou da língua gaulesa no francês?
Bem, o que estou tentando discorrer é que as línguas estão em formação, principalmente de um povo tão mestiçado como o nosso e também pela quebra das fronteiras e dessa construção de “aldeia global”.
Se pensarmos que a Gália não existe mais, o que existe é a França, a Bélgica e o norte da Itália com seus povos e suas suas línguas, o que pensar também do Brasil-Colônia?
E dessas elubrações deixo a pergunta: falamos português ou falamos brasileiro? Veja aqui http://www.ojornalista.com/2009/10/lingua-brasileira/ alguma consideração sobre essa matéria e tantas outras disponíveis na rede
E sobre polivalẽncia em que se traduz por uma pessoas com habilidades e possiblidades diversas apenas fiz uma observação de que a necessidade maior do ser humano é o desenvolvimento do conhecimento complexo para se comprender a multdimensionalidade de nosso tempo.
Abraços
Luís Moreira

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