E eu
respondo como uma pergunta: trabalhando os princípios da Carta da Terra como os
nossos alunos para reafirmar que outra realidade é possível construir a partir
da sustentabilidade, respeito a todas as formas de vida, os patrimônios
natural, cultural e realizar a inclusão
social?
Deveríamos fazer valer a CARTA DA TERRA aos nossos alunos:
Deveríamos fazer valer a CARTA DA TERRA aos nossos alunos:
ü
Respeitar
e cuidar da comunidade de vida;
ü
Respeitar
a Terra e a vida com toda a sua diversidade;
ü
Cuidar
da comunidade de vida com compreensão, compaixão e amor;
construir sociedades democráticas, justas, sustentáveis, participativas e pacíficas;
construir sociedades democráticas, justas, sustentáveis, participativas e pacíficas;
ü
Assegurar
a riqueza e a beleza da Terra às gerações futuras.
ü
Integridade
ecológica
ü
Proteger
e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial
preocupação com a diversidade biológica e com os processos naturais que
enriquecem a vida;
ü
Prevenir
o dano ao ambiente como melhor método de proteção ambiental e, quando o
conhecimento for limitado, tomar o caminho da prudência;
ü
Adotar
padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades
regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário;
ü
Aprofundar o estudo da sustentabilidade
ecológica e promover a troca aberta e ampla aplicação do conhecimento
adquirido.
ü
Justiça
social e econômica
ü
Erradicar
a pobreza, como um imperativo ético, social, econômico e ambiental;
ü
Garantir
que as atividades econômicas e instituições, em todos os níveis, promovam o
desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável;
ü
Afirmar
a igualdade e a equidade de gênero como requisitos ao desenvolvimento
sustentável e assegurar o acesso universal à educação, ao cuidado da saúde e às
oportunidades econômicas;
ü
Apoiar,
sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e
social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar
espiritual, dando especial atenção aos povos indígenas e às minorias.
Nessa linha de pensamento, entendo que a referência sobre a Carta da Terra é muito
pertinente para a discussão nesse fórum.
E por isso trago aqui algumas reflexões sobre a urgência de um ethos mundial
que precisamos desenvolver no processo educacional tendo como referência o
grande pensador e intelectual Leonardo Boff.
Para Boff, para efetivação de uma ética planetária três
problemas suscitam o despertar coletivo da humanidade: a crise social, a crise
do sistema de trabalho e a crise ecológica, todas de dimensões planetárias.
Neste sentido, entendo que as crises que sociedade do século XXI
está passando é uma crise da própria civilização humana. Como viver com todas
as oportunidades do mundo em meio ao oceano de miséria, da degradação social e
também ambiental?
Sobre a crise social somos conhecedores dos indicadores, da
miséria planetária, principalmente de nosso país, quando a cada 10 brasileiros,
um está na miséria absoluta (dados do IPEA). E quando pensamos no
desenvolvimento da tecnologia da medicina e outras invenções que melhoraram a
vida de poucos de um lado, mas que aprofundaram o fosso existente entre ricos e
pobres..
Como diz Boff, estruturou-se no mundo um tipo de humanidade
opulenta nos países centrais que controla todos os processos científicos-técnicos-econômicos
e que fazem guerras para defender estes oásis em meio ao oceano de misérias em
que vivem os países periféricos. Como entender, por exemplo, as guerras no
Iraque, Afeganistão, Líbia, por exemplo? Quem criou estas autocracias no Oriente
Médio e norte da África? A quem interessa estas ditaduras obscenas nesta parte
do mundo, aquinhoada de petróleo e outros combustíveis fósseis?
Pelo visto, os americanos colocaram em prática suas estratégias
para não passar o sufoco que passaram durante a crise do petróleo no início dos
anos 70 que sufocaram a sua economia.
Boff também fala sobre a crise do sistema de trabalho - com as
novas formas de produção automatizadas que dispensaram o trabalho humano,
gerando assim mais miséria e famílias abandonadas e descartáveis à própria
sorte. É possível haver desenvolvimento sem trabalho?
Por fim vemos a Crise Ecológica - principalmente nesta primeira
década do século XXI, quando a humanidade está em grande discussão sobre os
efeitos das mudanças climáticas no planeta, principalmente nas regiões mais
vulneráveis.
O que importante colocar
colegas, é que precisamos vivenciar a Carta da Terra com um novo mandamento no
sentido de buscarmos o desenvolvimento humano pleno e contribuir para a construção de uma sociedade melhor.
Sem combater a desigualdade social a tecnologia e os avanços das
ciências não têm sentido algum. O que importa entender é que este modo de
existência humana irresponsável, nas palavras de Boff, produziu danos
irreparáveis à biosfera e a condições de vida dos seres humanos na terra. Neste
sentido, concordando com Boff, vivemos uma grave ameaça de desequilíbrio
ecológico em nossa biosfera.
Nesta linha de pensamento, analisando os eventos extremos deste
início de década, está a terra buscando novo equilíbrio que poderá
acarretar uma devastação fantástica de vidas?
Diante destas reflexões, o Boff nos convida para que buscarmos
novos caminhos caminhados no sentido que é possível fazer uma revolução em
nossa existência no planeta, tendo em
vista que a principal causa da sociedade moderna está na organização no acesso,
na produção e na distribuição de bens da natureza e da cultura, onde as
minorias detêm o poder, o ter e o saber sobre as maiorias.
A questão ambiental está na relação homem-natureza, uma relação
de domínio, da falta de cuidado e do reconhecimento da alteridade e isso
implica da destruição da aliança harmônica entre os seres humanos e a natureza.
Neste sentido, para conservar o patrimônio natural e cultural
acumulados é preciso mudar, mudar o paradigma civilizatório, de reinventarmos
as nossas relações com a maior colaboração entre os povos, culturas e religiões
no sentido de conservarmos a sustentabilidade de realizar o projeto humano,
aberto para o futuro e para infinito segundo Boff.
E as bases para mudanças devem ter um ética mínima que possam
abrir possibilidades de solução e salvação da Terra , da humanidade e da falta
de trabalho, com responsabilidade social e ecológica, fundamentadas na
solidariedade e atitudes capazes de sensibilizar as pessoas para uma nova
prática histórico-social libertadora.
Neste sentido,é imperativo perguntar: o que podemos fazer na
escola? Qual o sentido verdadeiro de nosso trabalho como professor e educador?
Como estamos formando os futuros profissionais? Estamos preocupados com a nossa
pedagogia para o aprender a ser e conviver?
Segundo Boff, é preciso pensar um novo ethos nos tempos de
globalização, ou seja, desenvolvermos um conjunto de valores, de princípios que
possam balizar o nosso trabalho de educadores, as nossas relações humanas com a
natureza, para com a sociedade, conosco.
Para isso, é preciso um mergulho em nosso ser. E por isso,
estamos aqui debatendo Estado x Sociedade nessa unidade de estudo. E como
melhorar a nossa atuação de educadores no sentido de formar o cidadão que este
país precisa, não só o nosso país, mas construir o cidadão planetário conectado
com a vida e no combate às todas as formas de injustiças e desigualdades
sociais. Abraços.
Referência: Urgência um ethos mundial: o ethos mundial que
precisamos.
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