sexta-feira, 13 de março de 2015

O professor mediador na tarefa de orientar o aluno na transformação de informação em conhecimento.

Como transformar informação e conhecimento? Penso que primeiro é preciso refletir sobre o que é informação e conhecimento. Informação. Informação podemos afirmar,  em grosso modo, que é um conjunto de dados que foram processos e organizando gerando uma mensagem informacional e comunicacional.  Informação está em todo lugar e em todas as tecnologias e até em nossas falas. Informação é, digamos, a matéria-prima do conhecimento. A área de um quadrado é uma informação. E mais importante do que é informação é como a usamos e para quê, sua aplicabilidade na resolução de problemas. A que me interessa a informação da área de um quadrado se não vejo uma aplicação? 

Conhecimento é capacidade que o ser humano tem ressignificar a informação na resolução de problemas. Como nasceu a Geometria? De aplicabilidade e necessidade do homem de medir as suas terras? Já tive conhecimento que o pai solicitou ao filho o cálculo de quanto seria necessário comprar de cerâmica para trocar o piso da casa, mas o filho respondeu que não sabia calcular, estranho não? O menino era 10 em matemática, mas não sabia aplicar as informações em um cálculo para ajudar o pai a comprar a quantidade certa de cerâmica para a troca do piso de sua casa.
E aqui já para perceber o desafio que temos para ajudar os alunos a transformar informação em conhecimento, mas a humanidade e sua existência estão entrelaçãdos nos  diversos conhecimentos produzidos ao longo de sua jornada na Terra. Uma jornada em que o ser humano teve que enfrentar as adversidades da natureza, as intempéries, animais ferozes, uma verdadeira odisseia humana, resultando na produção de artefatos e tecnologias que possibilitaram a existência humana no século XXI pela produção de conhecimentos.
O conhecimento foi inicialmente produzido pela observação dos fenômenos físicos, químicos, biológicos (das ciências naturais e quase todo o conhecimento ao longo da existência humana foi produzido pela observação da natureza e seus fenômenos).
E dessas observações, da produção do conhecimento empírico, popular, criaram-se os métodos que possibilitaram o nascedouro das ciências. A ciência para ser ciência, necessita de métodos e caminhos metodológicos para o pesquisador adentrar na pesquisa e assim desvelar a realidade. E desta forma, nasceu o conhecimento científico.
E como podemos transformar informação e conhecimento? E por que existe ensino sem aprendizagem? Depois horas de ensino o aluno olha para o professor diz: professor, não entendi nada? Eaí? Bem, o próximo passo é rever a metodologia.
E então, a questão passa a ser a metodologia, a pedagogia? Como ensinar e como o aluno aprende? Então, a questão é criar situações de aprendizagem em processo sociointeracionista, onde o professor vai soltando pistas para a resolução de problemas. A questão do ensino é criar vivências, situações para o aluno aprender fazendo, experienciando. A metodologia, resolução de problemas é um excelente caminho, onde o professor vai acompanhando o desenvolvimento dos alunos na resolução das questões propostas.
O cerne da visão sócio-interacionista no processo de ensino e aprendizagem é a qualidade da intervenção do professor mediador que consiste em detectar se o aluno está fazendo o que sabe, o que pode, se está aquém de seu potencial e o quanto poderia avançar.
Nessa perspectiva vygotskiana, o aluno tem a capacidade de ir além das estruturas e do nível de desenvolvimento estabelecido por Piaget, se o professor interferir, ajudar, em vez de deixá-la trabalhar sozinha e só ficar acompanhando o que ela sabe.
Para Vygotsky o conceito de conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP) consiste na qualidade da mediação pedagógica, posto que é preciso considerar que o aluno tem capacidade de resolver problemas, desempenhar tarefas, elaborar representações mentais e construir conceitos com a ajuda de outras pessoas.
Nessa linha de pensamento, o nível de conhecimento real e o nível de conhecimento potencial de cada criança são variáveis e determinados, principalmente, pela mediação pedagógica Cada aluno, encontra-se num nível de desenvolvimento cognitivo diferenciado.
O nível de desenvolvimento real de um aluno define funções que já amadureceram, ou seja, os produtos finais do desenvolvimento. Se o aluno pode fazer tal e tal coisa, independentemente, isso significa que as funções para tal e tal coisa já amadureceram. (...) A zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão presentemente em estado embrionário e onde o professor pode atuar, colocando pistas e desafios na resolução de problemas.
Por fim, a fronteira entre informação e conhecimento está na capacidade da mediação do professor para fazer o aluno processar a informação através do desenvolvimento de competências e habilidades? Como entender o conceito de meio ambiente nas várias dimensões: social, econômico, político, geográfico? Como fazer o aluno entender as causas da SECA, DA VIOLÊNCIA? Fazê-los sair do senso comum, de suas representações sociais para atingir um conhecimento mais elaborado? Como fazer o aluno entender o conceito de desenvolvimento sustentável em suas três dimensões? (social, econômica e natural). Votando à questão da SECA que parece ser no momento a maior preocupação do nordeste (mostrando que ainda não estamos preparado para a convivência no semiárido.
ATIVIDADE - a partir de leituras diversas sobre a temática, entre elas fragmentos do livro Quinze de Raquel de Queiroz, os alunos produziriam um texto argumentando sobre as causas da SECA no nordeste - a problemática seria: A SECA é questão apenas natural, ou é de ordem social, política e econômica?
Na verdade, a proposta é envolver um diálogo permanente com as ciẽncias humanas, sociais, ambientais, linguagens, códigos e suas tecnologias (língua portuguesa, literatura e artes) da problemática da SECA no Nordeste.
Também através de diálogos e leituras de fragmentos de textos: A Carta de Pero Vaz  de Caminha (a parte que fala das belezas da natureza brasileira) e um fragmento recente que fala sobre o desastre da natureza. Que relações os alunos poderiam estabelecer nestes dois textos? Quais os conceitos de meio ambiente inseridos nestes textos? E ao final os alunos produziriam um texto em dupla, utilizando o computador, para posterior apresentação e publicação. No final o professor ainda faria considerações finais para reforçar os objetivos da aula: o que é meio ambiente..
 

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