Como transformar informação e conhecimento? Penso que primeiro é
preciso refletir sobre o que é informação e conhecimento. Informação.
Informação podemos afirmar, em grosso modo, que é um conjunto de dados
que foram processos e organizando gerando uma mensagem informacional e
comunicacional. Informação está em todo lugar e em todas as tecnologias
e até em nossas falas. Informação é, digamos, a matéria-prima do
conhecimento. A área de um quadrado é uma informação. E mais importante
do que é informação é como a usamos e para quê, sua aplicabilidade na
resolução de problemas. A que me interessa a informação da área de um
quadrado se não vejo uma aplicação?
Conhecimento é capacidade que o ser humano tem ressignificar a
informação na resolução de problemas. Como nasceu a Geometria? De
aplicabilidade e necessidade do homem de medir as suas terras? Já tive
conhecimento que o pai solicitou ao filho o cálculo de quanto seria
necessário comprar de cerâmica para trocar o piso da casa, mas o filho
respondeu que não sabia calcular, estranho não? O menino era 10 em
matemática, mas não sabia aplicar as informações em um cálculo para
ajudar o pai a comprar a quantidade certa de cerâmica para a troca do
piso de sua casa.
E aqui já para perceber o desafio que temos para ajudar os alunos a
transformar informação em conhecimento, mas a humanidade e sua
existência estão entrelaçãdos nos diversos conhecimentos produzidos ao
longo de sua jornada na Terra. Uma jornada em que o ser humano teve que
enfrentar as adversidades da natureza, as intempéries, animais ferozes,
uma verdadeira odisseia humana, resultando na produção de artefatos e
tecnologias que possibilitaram a existência humana no século XXI pela
produção de conhecimentos.
O conhecimento foi inicialmente produzido pela observação dos fenômenos
físicos, químicos, biológicos (das ciências naturais e quase todo o
conhecimento ao longo da existência humana foi produzido pela observação
da natureza e seus fenômenos).
E dessas observações, da produção do conhecimento empírico, popular,
criaram-se os métodos que possibilitaram o nascedouro das ciências. A
ciência para ser ciência, necessita de métodos e caminhos metodológicos
para o pesquisador adentrar na pesquisa e assim desvelar a realidade. E
desta forma, nasceu o conhecimento científico.
E como podemos transformar informação e conhecimento? E por que existe
ensino sem aprendizagem? Depois horas de ensino o aluno olha para o
professor diz: professor, não entendi nada? Eaí? Bem, o próximo passo é
rever a metodologia.
E então, a questão passa a ser a metodologia, a pedagogia? Como ensinar
e como o aluno aprende? Então, a questão é criar situações de
aprendizagem em processo sociointeracionista, onde o professor vai
soltando pistas para a resolução de problemas. A questão do ensino é
criar vivências, situações para o aluno aprender fazendo,
experienciando. A metodologia, resolução de problemas é um excelente
caminho, onde o professor vai acompanhando o desenvolvimento dos alunos
na resolução das questões propostas.
O cerne da visão sócio-interacionista no processo de ensino e
aprendizagem é a qualidade da intervenção do professor mediador que
consiste em detectar se o aluno está fazendo o que sabe, o que pode, se
está aquém de seu potencial e o quanto poderia avançar.
Nessa perspectiva vygotskiana, o aluno tem a capacidade de ir além das
estruturas e do nível de desenvolvimento estabelecido por Piaget, se o
professor interferir, ajudar, em vez de deixá-la trabalhar sozinha e só
ficar acompanhando o que ela sabe.
Para Vygotsky o conceito de conceito de zona de desenvolvimento
proximal (ZDP) consiste na qualidade da mediação pedagógica, posto que é
preciso considerar que o aluno tem capacidade de resolver problemas,
desempenhar tarefas, elaborar representações mentais e construir
conceitos com a ajuda de outras pessoas.
Nessa linha de pensamento, o nível de conhecimento real e o nível de
conhecimento potencial de cada criança são variáveis e determinados,
principalmente, pela mediação pedagógica Cada aluno, encontra-se num
nível de desenvolvimento cognitivo diferenciado.
O nível de desenvolvimento real de um aluno define funções que já
amadureceram, ou seja, os produtos finais do desenvolvimento. Se o aluno
pode fazer tal e tal coisa, independentemente, isso significa que as
funções para tal e tal coisa já amadureceram. (...) A zona de
desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não
amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que
amadurecerão, mas que estão presentemente em estado embrionário e onde o
professor pode atuar, colocando pistas e desafios na resolução de
problemas.
Por fim, a fronteira entre informação e conhecimento está na capacidade
da mediação do professor para fazer o aluno processar a informação
através do desenvolvimento de competências e habilidades? Como entender o
conceito de meio ambiente nas várias dimensões: social, econômico,
político, geográfico? Como fazer o aluno entender as causas da SECA, DA
VIOLÊNCIA? Fazê-los sair do senso comum, de suas representações sociais
para atingir um conhecimento mais elaborado? Como fazer o aluno entender
o conceito de desenvolvimento sustentável em suas três dimensões?
(social, econômica e natural). Votando à questão da SECA que parece ser
no momento a maior preocupação do nordeste (mostrando que ainda não
estamos preparado para a convivência no semiárido.
ATIVIDADE - a partir de leituras diversas sobre a temática, entre elas
fragmentos do livro Quinze de Raquel de Queiroz, os alunos produziriam
um texto argumentando sobre as causas da SECA no nordeste - a
problemática seria: A SECA é questão apenas natural, ou é de ordem
social, política e econômica?
Na verdade, a proposta é envolver um diálogo permanente com as ciẽncias
humanas, sociais, ambientais, linguagens, códigos e suas tecnologias
(língua portuguesa, literatura e artes) da problemática da SECA no
Nordeste.
Também através de diálogos e leituras de fragmentos de textos: A Carta
de Pero Vaz de Caminha (a parte que fala das belezas da natureza
brasileira) e um fragmento recente que fala sobre o desastre da
natureza. Que relações os alunos poderiam estabelecer nestes dois
textos? Quais os conceitos de meio ambiente inseridos nestes textos? E
ao final os alunos produziriam um texto em dupla, utilizando o
computador, para posterior apresentação e publicação. No final o
professor ainda faria considerações finais para reforçar os objetivos da
aula: o que é meio ambiente..
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