sexta-feira, 13 de março de 2015

As congruências entre Vygotsky e Piaget



Vygotsty e Piaget veem a necessidade de estudar e de  conhecer a   origem dos processos mentais, isto é, como esses processos são construídos ao longo da vida das crianças. Para Piaget, essa construção ocorre a partir do mecanismo de equilibração e seus dois componentes: a assimilação, no qual o sujeito atua sobre o meio, transformando-o, a fim de adequá-lo às suas estruturas mentais; e a acomodação, no qual o indivíduo é modificado para se ajustar às diferenças impostas pelo meio. Já  para  Vygotsky, a construção se dá pelo mecanismo da internalização e enfatiza que no desenvolvimento cultural da criança, todas as funções ocorrem duas vezes: primeiro no nível social e depois no nível individual; primeiro entre pessoas (interpsicológica) e depois no interior da criança (intrapsicológica). 

Por isso, entende-se porque os dois são chamados de interacionistas, posto que ambos consideram essa construção como ocorrendo a partir da interação do sujeito com o meio. A diferença é que enquanto Piaget enfoca a interação com o meio físico, Vygotsky dá total importância à interação com o meio sócio-cultural. Suas congruências estão no entendimento que têm da criança como sujeito construtor do próprio conhecimento, que constrói ou reconstrói esse conhecimento, participando ativamente como arquiteto da aprendizagem.
Com  as ideias  de Piaget e Vygotsty temos a consciência de que o desenvolvimento não é um acúmulo quantitativo de aquisições em que ambos estudiosos repelem criticamente. Isso nós verificamos na aquisição da leitura e escrita,  quando a criança vai passando de um estágio para outro, porquanto Piaget considera que ocorre rupturas no seu pensamento nesse processo. Daí, pode-se afirmar que a criança não é um adulto em miniatura, como muitas pessoas de sua época pensavam e imaginavam, pois ela possui concepções sobre o mundo distintas.
D fato Vygotsky enfatiza o valor da aprendizagem por descobertas, porque o conhecimento se torna mais significativo, deixando aberto uma maior flexibilidade para o erro, reforçando as construções de novas estruturas (Piaget) para a aprendizagem automada. E a partir desse enfoque, aprender é naturalmente um jogo de conquistas e surpresas reforçadas nas atividades cognoscitivas.

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