Continuando as reflexões sobre territorialização e tecnologias móveis
do texto de André Lemos, o referido autor faz referência entre o
desenvolvimento da computação móvel com suas redes wi-fi, telefonia 3G,
as redes por tecnologia Bluetooth e computação ubíqua que está
em fase, criando interfaces entre as redes físicas e dinâmica das
cidades em um processo de des-re-territorialização.
Sobre a computação ubíqua é imperativo fazer referência ao artigo de
Julieta Leite, que trata da ubiqüidade da informação digital no espaço
urbano.
O significa isso? Significa um novo esboço da contribuição das novas
tecnologias digitais na constituição de laços sociais e na
caracterização dos espaços urbanos, como no processo de imbricação entre
as dinâmicas urbanas e o ciberespaço, onde as tecnologias fazem parte
do cotidiano das pessoas, principalmente nas grandes cidades,
constituindo-se em novo espaço: o espaço de ubiqüidade, resultado da conjunção da informação e da comunicação digital ao espaço urbano, segundo a autora.
Nessa linha de pensamento, é importante discorrer sobre o conceito de ubique: Ubique,
do latim, significa por toda parte. Segundo a autora Julieta Leite, no
domínio da informática, ubiqüidade designa a capacidade de diversos
sistemas em partilhar uma mesma informação. Desta forma, ‘ubiqüidade da
informação digital’ significa a expansão da rede de informação e
comunicação digital na cidade, para além dos computadores portáteis.
Nesse sentido, é só observar como as redes wi-fi, a portabilidade e a
mobilidade proporcionados por artefatos tecnológicos como celulares,
smartphone, tablet e ipad, GPS mudaram a vida das pessoas nas cidades e
as próprias cidades, com os seus ciberespaços, onde pessoas possam fazer
consultas sobre mapas virtuais para a localização de endereços,
edifícios e trajetos através de ferramentas como os sites do
Googlemaps, Googleearth, Mappy, entre outros.
Concordando com André Lemos, estas tecnologias sem fio estão a
potencializar a mobilidade informacional mundial, onde as cidades são
transformadas em ambientes generalizados de acesso à informações, ou
seja, em um território com novas formas de controle, produção, acesso e
distribuição de informação, entre elas, os projetos que estão em
implementação.
Degree of Confluence (http://www.confluence.org/). Projeto
de reterritorialização a partir de localização das intersecções de
longitude e latitude através GPS com o objetivo de mapear e fotografar
lugares do mundo, utilizando coordenadas mapeadas por GPS>
Urban Tapestrie (http://urbantapestries.net/). Projeto
de reterritorialização por através de espaços eletrônicos em interface
com o espaço urbano. O objetivo é mapear o espaço físico das cidades
através de tecnologias sem fio, onde o usuário pode “escrever” sobre o
espaço e ler aquilo “escrito” por outros usuários. O sistema aceita
textos, fotos e vídeos.
Yellowarrow (http://yellowarrow.net/index2.php). Trata-se
um projeto de reterritorialização espaços anônimos das cidades que
visa colocar setas amarelas em lugares da cidade. Estas são indexadas a
mensagens multimídia que os usuários emitem a partir de telefones
celulares. Usuários podem baixar setas pela internet e colar no espaço
urbano, criando suas histórias pessoais.
34 North 118 west. Mining the Urban Landscape (http://34n118w.net/34N/). Trata-se
de um espaço anônimo das cidades que são reterritorializados por sons
de outras épocas, dando novo sentido ao espaço físico, com o objetivo de
mapear espaços da cidade de Los Angeles onde os usuários podem ouvir
sons de outras épocas.
Wave Market (http://www.wavemarket.com/products.html).
Trata-se de processos de controle e acesso (reterritorializações) sobre
o espaço físico a partir do espaço eletrônico. Nesse sistema, o
telefone celular é uma ferramenta para mapear pessoas e espaços das
cidades. O sistema permite ainda que usuários encontrem outros usuários e
se localizem no espaço.
Sonic City (http://www.tii.se/reform/projects/pps/soniccity/index.html). Nessa
experiência o objetivo é criar sons pelos espaços urbanos através de
dispositivos eletrônicos, criando novas significações para o espaço
urbano, novas reterritorializações.
A guisa de considerações, com as novas mídias e tecnologias digitais,
novas formas de controle foram criadas e inovadas. Vivemos em constante
processo de monitoramento a cada clique em um link de qualquer site, a
cada palavra, e tudo, mas tudo que escrevemos, postamos como fotos,
vídeos, textos ficam armazenados em servidores, em processo de
territorialização, mas, ao mesmo tempo que somos territorializados,
fazemos reterritorialização através de blogs, transformando-nos em
mídias e agindo contra as formas de poder tradicionais do controle da
informação. Além do mais, as reflexões também caíram sobre as novas
possibilidades com as tecnologias moveis para as novas dinâmicas
comunicacional e informacional nas cidades.
Referência
LEITE , Julieta A ubiqüidade da informação digital no espaço urbano
LEMO, André. Ciberespaço e Tecnologias Móveis. Processos de Territorialização e Desterritorialização na Cibercultura
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