quinta-feira, 31 de outubro de 2019

políticas educacionais desenvolvidas para a população campesina pelos governos brasileiros.


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O Brasil tem uma população de 42,3 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade que não frequentam a escola e que não têm o ensino fundamental completo. O número de estudantes matriculados na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) é mais de 3,7 milhões de pessoas (INEP/MEC, 2013). Da população com 15 anos ou mais de idade, 13,3 milhões são consideradas analfabetas [8,5%] (PNAD/IBGE, 2013

Essas estatísticas apresentam uma questão emblemática para o país: uma parte considerável de jovens ao concluir o ensino fundamental não adentra ao ensino médio por várias razões; outra parte nem consegue concluir o ensino fundamental e que 13,3 milhões são considerados analfabetos. E esses dados mostram que o desafio da permanência do jovem na escola carace de mais esforço dos sistemas educacionais e de gestores públicos e principalmente: a importância de desenvolver uma educação do campo que atenda às necessidades dos sujeitos do campo.

O fato é que o abandono do povo que mora no campo sempre foi um projeto das elites brasileiras. Não se tem milhões de jovens fora da escola e outro tanto analfabetos porque esse sempre foi o projeto das elites que governaram esse país ao londo dos anos. Não se desenvolveu um projeto de desenvolvimento de oportunidades para os povos que moram no campo.



De acordo com Caldart (2002, p. 20) a realidade em que se deu origem ao movimento pela educação do campo é de violenta desumanização das condições de vida do campo. Uma realidade de injustiça, desigualdade, opressão, que exige transformações sociais estruturais e urgentes. E os sujeitos da educação do campo são pessoas que sentem na pele os efeitos dessa realidade perversa, mas que não se conformam com ela, sujeitos de tantas resistências culturais, políticas, pedagógicas, etc.

Dessa forma esse números apresentam o que foi o paradigma da exclusão e do abandono implantado durante os governos na história política brasileira. Nesse sentido, é urgente transformar a escola em uma instituição de educação, de formação crítica, política para que ela ajude na evolução da humanidade e tenha implícito em sua filosofia de educação, um amor declarado ao povo, sendo que este amor passe obrigatoriamente por uma educação de todos. Para (LIBÂNEO, 1998, p. 60), “uma teoria crítica da educação proporia um processo formativo abrangendo a totalidade do ser humano, nas suas dimensões física, afetiva, cognitiva, não se reduzindo à dimensão econômica”.

Hoje, percebe-sea educação cada vez mais afundada no processo de mercantilização e excluidora das classes menos favorecidas desse país em que o discurso neoliberal oficial fala de qualidade, de colocar todas as crianças na escola. O proeto de Escola Sem Partido é apenas um caminho de aprofundar uma educação para ricos e uma educação para pobres, desde que não forme para a transformação. Mas se sabe que é necessário que se construa uma escola do campo para uma educação plena para os trabalhadores, tendo como princípio básico o processo de democratização e igualdade social na sociedade brasileira, indo de encontro com todas as amarras desse sistema excluidor e mantenedor do “status quo”.

Percebe-se então que escola do campo queremos, uma escola com espaços para que a comunidade participe do processo educativo dos seus filhos; valorize a aquisição do saber; insira-se nos problemas de sua comunidade. Deixe de ser uma escola dentro da comunidade, para ter a comunidade dentro de si, que sensibilize a família das crianças a participar das atividades da escola.


REFEREÊNCIAS

CALDART, R. S. Por uma Educação do Campo: Traços de uma identidade em construção. In. KOLING, E. J.; CERIOLI, P.; CALDART, R. S. Educação do Campo: identidade e políticas públicas. Brasília-DF, 2002.
CALDART, Roseli Salete. PEREIRA, Isabel Brasil; ALENTEJANO, Paulo. FRIGOTTO, Gaudêncio. Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012.
GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. 5ª ed. São Paulo: Ática, 1997.

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus Professor, Adeus Professora?: novas exigências educacionais

e profissão docente. São Paulo: Cortez, 1998.

NIDELCOFF, Maria Teresa. Uma Escola para o Povo. 25ª edição. São Paulo: Brasiliense, 1986.


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