O
Brasil tem uma população de 42,3 milhões de pessoas com 15 anos ou
mais de idade que não frequentam a escola e que não têm o ensino
fundamental completo. O número de estudantes matriculados na
modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) é mais de 3,7
milhões de pessoas (INEP/MEC, 2013). Da população com 15 anos ou
mais de idade, 13,3 milhões são consideradas analfabetas [8,5%]
(PNAD/IBGE, 2013
Essas
estatísticas apresentam uma questão emblemática para o país: uma
parte considerável de jovens ao concluir o ensino fundamental não
adentra ao ensino médio por várias razões; outra parte nem
consegue concluir o ensino fundamental e que 13,3 milhões são
considerados analfabetos. E esses dados mostram que o desafio da
permanência do jovem na escola carace de mais esforço dos sistemas
educacionais e de gestores públicos e principalmente: a importância
de desenvolver uma educação do campo que atenda às necessidades
dos sujeitos do campo.
O
fato é que o abandono do povo que mora no campo sempre foi um
projeto das elites brasileiras. Não se tem milhões de jovens fora
da escola e outro tanto analfabetos porque esse sempre foi o projeto
das elites que governaram esse país ao londo dos anos. Não se
desenvolveu um projeto de desenvolvimento de oportunidades para os
povos que moram no campo.
De
acordo com Caldart (2002, p. 20) a realidade em que se deu origem ao
movimento pela educação do campo é de violenta desumanização das
condições de
vida do campo. Uma realidade de injustiça, desigualdade, opressão,
que exige transformações sociais estruturais e urgentes. E os
sujeitos da educação do campo são pessoas que sentem na pele os
efeitos dessa realidade perversa, mas que não se conformam com ela,
sujeitos de tantas resistências culturais, políticas, pedagógicas,
etc.
Dessa
forma esse números apresentam o que foi o paradigma da exclusão e
do abandono implantado durante os governos na história política
brasileira. Nesse sentido, é urgente transformar a escola em uma
instituição de educação, de formação crítica, política para
que ela ajude na evolução da humanidade e tenha implícito em sua
filosofia de educação, um amor declarado ao povo, sendo que este
amor passe obrigatoriamente por uma educação de todos. Para
(LIBÂNEO, 1998, p. 60), “uma teoria crítica da educação
proporia um processo formativo abrangendo a totalidade do ser humano,
nas suas dimensões física, afetiva, cognitiva, não se reduzindo à
dimensão econômica”.
Hoje,
percebe-sea educação cada vez mais afundada no processo de
mercantilização e excluidora das classes menos favorecidas desse
país em que o discurso neoliberal oficial fala de qualidade, de
colocar todas as crianças na escola. O proeto de Escola Sem Partido
é apenas um caminho de aprofundar uma educação para ricos e uma
educação para pobres, desde que não forme para a transformação.
Mas se sabe que é necessário que se construa uma escola do campo
para uma educação plena para os trabalhadores, tendo como princípio
básico o processo de democratização e igualdade social na
sociedade brasileira, indo de encontro com todas as amarras desse
sistema excluidor e mantenedor do “status
quo”.
Percebe-se
então que escola do campo queremos, uma escola com espaços para que
a comunidade participe do processo educativo dos seus filhos;
valorize a aquisição do saber; insira-se nos problemas de sua
comunidade. Deixe de ser uma escola dentro da comunidade, para ter a
comunidade dentro de si, que sensibilize a família das crianças a
participar das atividades da escola.
REFEREÊNCIAS
CALDART,
R. S. Por uma Educação do Campo: Traços de uma identidade em
construção. In. KOLING, E. J.; CERIOLI, P.; CALDART, R. S. Educação
do Campo: identidade e políticas públicas. Brasília-DF, 2002.
CALDART,
Roseli Salete. PEREIRA, Isabel Brasil; ALENTEJANO, Paulo. FRIGOTTO,
Gaudêncio. Dicionário
da Educação do Campo.
Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio, Expressão Popular, 2012.
GADOTTI,
Moacir. História
das Idéias Pedagógicas.
5ª ed. São Paulo: Ática, 1997.
LIBÂNEO,
José Carlos. Adeus
Professor, Adeus Professora?:
novas exigências educacionais
e
profissão docente. São Paulo: Cortez, 1998.
NIDELCOFF,
Maria Teresa. Uma
Escola para o Povo.
25ª edição. São Paulo: Brasiliense, 1986.
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