quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Educação Rural X Educação no/do campo

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Para responder esse questionamento, as reflexões tiveram como fonte principal o Dicionário da Educação do Campo que traz muitas luzes sobre a concepção de Educação do Campo que não se configura como uma Educação Rural alternativa, mas a disputa de projetos, mesmo porque sua especifidade está no campo(nos processos de trabalho, na cultura, nas lutas sociais e seus sujeitos concretos qu estão no campo. (CALDART, 2012 p.14). E por quê essa discussão é importante?

Porque de um lado temos o agronegócio e de outro a agricultura camponesa. De outro existe uma dispṕuta de projetos educativos e pedagógicos que se radica no confronto de projetos no pensar e fazer a educação dos camponeses (CALDART, p. 16)

Nessa sentido, Caldart (2002, p. 18) faz um importante questionamento: por que não aceitamos mais falar em educação para o meio rural e afirmamos nossa identidade vinculada a uma educação do campo? E que une e identifica os diferentes sujeitos da educação do campo? A pesquisadora responde que a educação do campo identifica uma luta pelo direito de todos à educação, uma educção que seja NO e DO campo:

No: o povo tem direito a ser educado no lugar onde vive; Do: o povo tem direito a uma educação pensada desde o seu lugar e com a sua participação, vinculada à sua cultura e às suas necessidades humanas sociais.

Nessa linha de pensamento, de acordo com Caldart(2012, p. 240, ao contrário de Educação do Campo (um projeto dos camponeses para os camponeses
projeto identitário), a educação rural é um projeto dos organismos oficiais com a finalidade de escolarizar como instrumento de adaptação do homem ao produtismo e à idealização de um mundo de trabalho urbano. Além do mais, esse projeto de educação rural tem contribuído para provocar a saída dos sujeitos do campo para se tornarem operáriios nas periferias dos grandes centro urbanos. Ademais, a educação rural é parte do projeto do capitalismo e tem caráter colonizador e escravocrata.



Uma questão importante a desenvolver a discussão sobre educação rural x educação do campo é refletir e identificar os sujeitos que a que elas se destinam. Da educação rural, percebe-se que os sujeitos são constituídos pela população agrícola em que a agricultura é o principal instrumento de manutenção das famílias e que recebem os menores rendimentos pelo trabalho realizado.

E por outro lado, na educação rural, a educação ofertada é no mesmo modelo de educação urbana e não há adequação ao contexto da realidade rural, ou seja, não há uma preocupação em desenvolver um currículo escolar adequado para os filhos dos trabalhadores camponeses, que não considera os saberes da cultura camponesa.


Portanto, segundo Caldart (2012 p.300) diferente da educação rural, a educação do campo está inserida em projeto popular de sociedade, inspirado e sustentado na solidariedade e na dignidade camponesas em que os sujeitos da educação do campo são os sujeitos do campo com suas diferentes identidades em sua identidade comum (CALDART, 2002, p. 19). Dessa forma, continua a pesquisadora: a perspectiva da educação do campo é exatamente a de educar este povo, estas pessaos que trabalham no campo, para que se articulem, se organizem e assumam a condição de sujeitos da direção do seu destino.

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