terça-feira, 25 de junho de 2019

Mobilidade e Ubiqüidade

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Sobre mobilidade a nova economia mundial é uma economia informacional e globalizante potencializada pela mobilidade alcançada pelas redes e principalmente pela portabilidade, onde o celular se constituiu em uma tecnologia convergente e multifuncional. As transformações foram imensas pela inovação que trouxe esta tecnologia nos negócios e na vida humana. Muitos já não conseguem viver sem o celular e a própria rede de internet, já os negócios isso virou a própria estratégia de como desenvolver e gerenciar produtos e serviços. 


Isso favorece, segundo leituras do texto, uma maior flexibilidade social, com papéis menos rígidos e lugares em redes oportunizadas pela portabilidade e mobilidade. E nesse processo de portabilidade e mobilidade oportunizadas pelas redes tecnologias móveis, a empresa e os negócios e seus administradores estão em toda parte em processo de desterritorialização (reduz sua atuação local) e reterritorialização (passa atuar em outros territórios influenciando negócios, pessoas, aumentando competitividade nesses territórios, conquistando clientes), mas no mesmo território, espaço-tempo de um lado, de outro em a atuação como empresas globais em nomadismos informacionais, ou sejam, atuação em qualquer parte do globo, a depender das flutuações dos negócios e oportunidades. 


Nessa linha de pensamento, segundo o autor do texto – André Lemos – as tecnologias de comunicação móveis são tidas como desterritorializantes, instituintes de processos nômades, justamente por criar deslocamentos de corpos e informação entre territórios. A China, como já ressaltei, não está do outro lado do planeta, mas aqui, nas tecnologias móveis porque corpos, informações é que flutuam no espaço e no tempo de um lado para outro em busca incessante de negócios e operações cambiais entre empresas, embora sejam controlados pelos sistemas de informação destas empresas, ou seja, os administradores são territorializados, ou seja são controlados e monitorados e monitoram informações. Neste sentido, o autor exemplifica, nesta linha de raciocínio e vale destacar o que é territorializado e desterritorializado


TERRITORIALIZADO: 

Um executivo que viaja constantemente está em mobilidade, mas controlado pelo seu celular, pelo seu laptop ligado à internet, pelos percursos pré-determinados. Ele está em mobilidade, mas não é um nômade, já que territorializado, controlado e controlando o fluxo de matéria e informação


DESTERRITORIALIZADO: 


Um internauta trancado em seu quarto, navegando por horas por informações mundiais, sem percurso pré-definido, vivencia processos nômades, desterritorializantes, sem sair do lugar. 


RETERRITORIALIZADO: 


O uso de SMS em processos de ação política, ou em coordenação de atividades pode servir como linhas de fuga ao poder instituído criando reterritorializações e nomadismos.


A título de considerações finais, é imperativo destacar ainda a dicotomia destas tecnologias móveis, mobilidade e portabilidade, porque mentes territorializadas ou não territorializadas é o grande cerne da questão e do diferencial nos processos decisórios organizacionais, sejam para mudar as coisas ou mesmos para deixá-las como estão, por quê? Porque não são estes artefatos que estão mudando o mundo, mas mentes abertas ou desterritorializadas, mentes que criam e não mentes que reproduzem as coisas, ou poderes constituídos e territorializados, como também escreve o autor André Lemos. 

Continuando as reflexões sobre territorialização e tecnologias móveis do texto de André Lemos, o referido autor faz referência entre o desenvolvimento da computação móvel com suas redes wi-fi, telefonia 3G, as redes por tecnologia Bluetooth e computação ubíqua que está em fase, criando interfaces entre as redes físicas e dinâmica das cidades em um processo de des-re-territorialização. 


Sobre a computação ubíqua é imperativo fazer referência ao artigo de Julieta Leite, que trata da ubiqüidade da informação digital no espaço urbano. 

O significa isso? Significa um novo esboço da contribuição das novas tecnologias digitais na constituição de laços sociais e na caracterização dos espaços urbanos, como no processo de imbricação entre as dinâmicas urbanas e o ciberespaço, onde as tecnologias fazem parte do cotidiano das pessoas, principalmente nas grandes cidades, constituindo-se em novo espaço: o espaço de ubiqüidade, resultado da conjunção da informação e da comunicação digital ao espaço urbano, segundo a autora. 

Nessa linha de pensamento, é importante discorrer sobre o conceito de ubique: Ubique, do latim, significa por toda parte. Segundo a autora Julieta Leite, no domínio da informática, ubiqüidade designa a capacidade de diversos sistemas em partilhar uma mesma informação. Desta forma, ‘ubiqüidade da informação digital’ significa a expansão da rede de informação e comunicação digital na cidade, para além dos computadores portáteis. 

Nesse sentido, é só observar como as redes wi-fi, a portabilidade e a mobilidade proporcionados por artefatos tecnológicos como celulares, smartphone, tablet e ipad, GPS mudaram a vida das pessoas nas cidades e as próprias cidades, com os seus ciberespaços, onde pessoas possam fazer consultas sobre mapas virtuais para a localização de endereços, edifícios e trajetos através de ferramentas como os sites do Googlemaps, Googleearth, Mappy, entre outros.

Concordando com André Lemos, estas tecnologias sem fio estão a potencializar a mobilidade informacional mundial, onde as cidades são transformadas em ambientes generalizados de acesso à informações, ou seja, em um território com novas formas de controle, produção, acesso e distribuição de informação, entre elas, os seguintes projetos: 


Degree of Confluence (http://www.confluence.org/). Projeto de reterritorialização a partir de localização das intersecções de longitude e latitude através GPS com o objetivo de mapear e fotografar lugares do mundo, utilizando coordenadas mapeadas por GPS>


Urban Tapestrie (http://urbantapestries.net/). Projeto de reterritorialização por através de espaços eletrônicos em interface com o espaço urbano. O objetivo é mapear o espaço físico das cidades através de tecnologias sem fio, onde o usuário pode “escrever” sobre o espaço e ler aquilo “escrito” por outros usuários. O sistema aceita textos, fotos e vídeos. 

Yellowarrow (http://yellowarrow.net/index2.php). Trata-se um projeto de reterritorialização espaços anônimos das cidades que visa colocar setas amarelas em lugares da cidade. Estas são indexadas a mensagens multimídia que os usuários emitem a partir de telefones celulares. Usuários podem baixar setas pela internet e colar no espaço urbano, criando suas histórias pessoais. 

34 North 118 west. Mining the Urban Landscape (http://34n118w.net/34N/). Trata-se de um espaço anônimo das cidades que são reterritorializados por sons de outras épocas, dando novo sentido ao espaço físico, com o objetivo de mapear espaços da cidade de Los Angeles onde os usuários podem ouvir sons de outras épocas. 


Wave Market (http://www.wavemarket.com/products.html). Trata-se de processos de controle e acesso (reterritorializações) sobre o espaço físico a partir do espaço eletrônico. Nesse sistema, o telefone celular é uma ferramenta para mapear pessoas e espaços das cidades. O sistema permite ainda que usuários encontrem outros usuários e se localizem no espaço. 

Sonic City (http://www.tii.se/reform/projects/pps/soniccity/index.html). Nessa experiência o objetivo é criar sons pelos espaços urbanos através de dispositivos eletrônicos, criando novas significações para o espaço urbano, novas reterritorializações.


Referência

LEITE , Julieta A ubiqüidade da informação digital no espaço urbano

LEMO, André. Ciberespaço e Tecnologias Móveis. Processos de Territorialização e Desterritorialização na Cibercultura

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