quarta-feira, 27 de julho de 2016

Quais desejos e necessidades de aprendizagem da juventude que está chegando ao ensino médio?



Olá,
Percebe-se que a escola não dá mais conta dos interesses e necessidades dos jovens do século XX1. E algumas perguntas que não fizemos: quem é essa juventude que está chegando em nossas escolas? E o que é a juventude? A juventude tornou o conceito de adolescente obsoleto?


Em 2015 e em anos anteriores falamos tanto em resultados, mas precisamos falar mais em processos pedagógicos e pessoas, principalmente a formação de nossos professores para qualificar melhor esse debate e a qualidade do ensino.

Um fato a ser observado por alunos que ocuparam as escolas de São Paulo, Paraná e Goiás é que as escolas precisam ser interessantes e atingir os interesses de aprendizagem da Juventude e por isso, não se pode fazer ensino apenas com lousa, livros, textos, aulas e fala dos professores. 

Também não se pode fazer EaD apenas com ferramentas de internet, redes e computadores, etc. 

Por trás de tudo isso existe uma coisa maior: envolvimento entre professores e alunos, sinergia, corações que pulsam, necessidades de compreensão e projetos de vida.

Escola precisa atingir o que os alunos mais gostam no século XXI: artes (todas as maravilhosas artes: música, pintura, cinema, escultura, dança, teatro).  E também audiovisuais, vídeos, imagens, mídias, tics combinadas com portabilidade, virtualidade e mobilidade.

E por isso, algumas perguntas: que escola nossa tem uma proposta de artes, música no currículo? Que escola tem banda de música, seja de instrumentos de sopro, cordas, teclado, percussão como bateria? Que escola desenvolve teatro? Que escola desenvolve dança? 

E isso está no currículo escolar?  Que escola tem a proposta de desenvolver um laboratório de Artes? 

Que escola trabalha no currículo as ferramentas da web 2.0 e as diversas redes sociais? 

Que escola tem nos Jogos uma estratégia de ensino e de atração dos interesses dos alunos? Que escola desenvolve esportes no currículo como estratégia de “gatilho” para atingir os interesses dos alunos?

E por último: que escola tem apenas as salas de aula para transmitir conteúdos?

A escola precisa desenvolver mais uma abordagem dos princípios da Educação Ambiental, das artes, dos jogos e dos esportes para motivação e integração às competências e habilidades que os alunos devem aprender nas áreas do conhecimento integrado aos interesses dessa Juventude que está chegando ás nossas escolas. 
 
E que é a Educação Ambiental que nos interessa e que interessa a essa Juventude?

E quando falamos de Educação Ambiental, falamos de espiritualidade humana, um novo ser em gestação, com mudanças primeiras em nível intrapsicológico (de dentro para fora, alterando comportamentos a partir de conexões sinápticas  e depois em nível extrapsicológico ( dela para outras e entre pessoas - interação e mudança  entre pessoas e com pessoas, alterando comportamentos e atitudes nas pessoas).

Ou seja, a Educação Ambiental começa de dentro para a fora, no nível individual e depois para o social.
 
E a característica fundamental da Educação Ambiental está no objeto de estudo – o Meio Ambiente -  considerando-se seus aspectos físicos, químicos e biológicos, incorporando, também toda uma rede de relações socioeconômicas, culturais, espirituais, políticas, ecológicas e estéticas.
O projeto para a a educação ambiental para construção de escolas sustentáveis deve possibilitar: 

A compreensão dos problemas do mundo contemporâneo relacionados com o ambiente;
Criação de uma visão geral que reconheça a interdependência entre o ambiente natural e construído:
  • Proteção do meio ambiente;
  • Divulgação de conhecimentos técnicos;
  • Inserção no mundo do trabalho;
  • Desenvolvimento da solidariedade;
  • Senso de responsabilidade
Por isso, que a Educação Ambiental é um Processo de formação e informação orientado para a construção de uma consciência crítica sobre as relações históricas entre Sociedade e Natureza, capaz de promover o desenvolvimento de hábitos, atitudes e valores necessários à preservação e conservação do equilíbrio ambiental,

E a escola deverá considerar e aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada área, de modo que se consiga uma perspectiva global da questão ambiental.
 
Estabelecer para os alunos do ensino fundamental e médio  uma relação entre a sensibilização ao meio ambiente, a aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes, para resolver problemas e clarificação de valores, procurando, principalmente, sensibilizar os mais jovens para os problemas ambientais existentes na sua própria comunidade.

Ressaltar a complexidade dos problemas ambientais e, em consequência, a necessidade de desenvolver o sentido crítico e as atitudes necessárias para resolvê-los.

A Educação Ambiental é um processo  de reconhecimento de valores e clarificação de conceitos, objetivando o desenvolvimento  das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meio biofísicos. (Conferência Intergovernamental de Tbilisi 1977);

EA na Lei 9795/1999  - Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais os indivíduos e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

A Educação ambiental  toma a ecologia como pretexto para trabalhar a integridade  humana. O simples fato de aprender a economizar, reciclar, compartilhar, complementar, preservar e aceitar a diferença pode representar uma revolução no contexto social. Somos todos professores e alunos diante da tarefa de reaprender estes valores com um sabor existencial profundo que reune natureza e cultura como expressões humanas indissociáveis. Vera Catalão ( Les eaux écoformatrices, Harmathan, 2001) A EA nas DCN do Ensino Médio - Resolução n.º 3 / 1998 e Minuta de Resolução 2011.  

A Educação Ambiental propõe uma visão integrada, permanente e complexa da EA  5, 10,13 e 16.

“A sustentabilidade socioambiental como meta universal, desenvolvida como prática educativa integrada, contínua e permanente, e baseada na compreensão do necessário equilíbrio e respeito nas relações do ser humano com seu ambiente”. (Art. 13 V).]
A educação ambiental é uma forma de:
Educar para pensar globalmente
Educar os sentimentos
Ensinar a identidade terrena formar a consciência planetária
Educar para a compreensão
Educar para simplicidade;
Missão antropológica do milênio
Humanizar a humanidade
Reconhecer terra como pátria
Obedecer à vida e guiar a vida
Respeitar a diversidade e a identidade
Desenvolver a ética da solidariedade
Assumir o destino humano em suas antinomias e plenitude (  Edgar Morin)

Uma contribuição de estudos que estou fazendo no Mestrado em Educação - disciplina de Neurociências na Educação - sobre a importância de trabalhar MÚSICA, DANÇA, TEATRO, AUDIOVISUAL, JOGOS na escola.

 Através de atividades prazerosas  e desafiadoras o "disparo" entre as células neurais acontece mais facilmente: as sinapses se fortalecem e redes neurais se estabelecem com mais facilidade e que aulas dinâmicas, divertidas, ricas em conteúdo visual e concreto, onde o aluno não é um mero observador, passivo e distante, mas sim, participante, questionador e ativo nessa construção do seu próprio saber, o deixam "literalmente ligado", plugado, antenado.

E qua inteligência musical proposto por Gardner pode ser desenvolvida na escola, criando um ambiente musical (a juventude adora música e precisamos estimular esse gosto musical e a inteligência musical, criando oportunidade para que os nossos estudantes posam cantar e aprender a tocar instrumentos música e teoria musical.
A escola pode criar um ambiente de motivação para os alunos que sejam o disparo para desenvolver as outras inteligências (lógico-matemática, linguagem, etc). Vejam as Teorias para as Inteligências de Gardener que estudei nos anos 90.
E arte, música, dança, audiovisual, etc, devem ser estratégias para o processo de ensino e aprendizagem. E esses processos, desencadeiam, consequentemente alterações na qualidade e quantidade de conexões sinápticas, afetando o funcionamento do cérebro, o pode desencadear um processo mais rápido para aprendizagem em outras áreas do conhecimento.

Por exemplo, as pesquisas indicam que é valioso e importante articular a música, os jogos em atividades escolares  porque trabalham simultaneamente: o auditivo, o visual e o sistema tátil porque a música possibilita desenvolver uma infinidade de competências na área de matemática e linguagens através das  dramatizações.

 Eis alguns dados:

A música: parece que certas estruturas do córtex auditivo respondem apenas aos tons musicais.

 A dança: uma parte do cérebro e da maior parte do cerebelo são dedicados a iniciar e a coordenação de todas os movimentos desde uma corrida veloz à oscilação dos braços.

 O teatro: certas áreas especializadas do cérebro estão concentrados nas aquisição da linguagem falada e recurso ao sistema límbico para fornecer o componente emocional.

Artes visuais: o sistema de processamento óptico interno pode se lembrar de coisas tão facilmente quanto criar fantasias reais.” (SOUSA, 2002, p. 220)

 “A aprendizagem de artes melhora a qualidade da experiência humana ao longo da vida de uma pessoa.” (SOUSA, 2002, p. 221)

Por fim, como a minha formação É humana, musical, política, ambiental e social, sou extremamente crítico com a escola que objetiva preparar estudantes para o mercado de trabalho. E constato hoje que a crise é  planetária e humana (a própria existência humana no planeta com o seu modelo de produção e de consumo).
 
Temos uma sociedade de consumidores, menos de cidadãos e isso se reverbera para a crise que vivemos (padronizando jovens segundo o aperfeiçoamento racional, engessando-os segundo os interesses do mercado, sem considerar a própria condição humana, os limites da natureza e seus processo ecológicos e sem considerar, também,  as potencialidades ecológicas e as inteligências humanas para ser melhor, um ser espiritual e em harmonia com todas as formas de vida planetária.
 
Bem, coloco-me à disposição para realizar uma oficina de 16h sobre Com-Vida, Escola Sustentável e construção de Agenda 21 na Escola – professores e alunos, que poderá ser realizada ser implementada no ano de 2016 e 2017.

    Atenciosamente,

    Luís Moreira
    Professor Formador Ambiental.

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