Em interlocução com uma colega maravilhosa que conheci no curso de formação para professores formadores do IFCE que adentro nos diálogos sobre língua portuguesa brasileira e as diversas línguas que falamos no território brasileiro.
Bela
interlocução companheira Yls, principalmente quando você adentra
em outras áreas do conhecimento para expor essa idiossincrasia de
nossas origens. Somos um povo que fala dezenas de línguas e uma
maioria que fala uma língua em formação – chamada de “língua
portuguesa” – e que foi colonizado não apenas por portuguesas,
mas por vários povos da Europa e com grande contribuição das
matrizes africanas.
E
sua intervenção me permitiu lembrar do livro do grande Darcy
Ribeiro: O Povo Brasileiro. A Formação e o Sentido do Brasil e a
gestação desse povo chamado brasileiro que fala “português.
Darcy
Ribeiro escreve que sob a regência dos portugueses, matrizes raciais
díspares, tradições culturais se enfrentaram e fundiram para dar
lugar a um novo povo mestiçado, dinamizado pelo sincretismo cultural
e singularizado pela redefinição de traços culturais oriundos dos
colonizadores e colonizados.
O
autor também procura expor suas leituras e reflexões sobre a
formação do povo brasileiro e sobre as ressignificações que ele foi
tomando ao longo da existência desse país e penso que também é
relevante pensar na configuração da “língua brasileira” ao
longo de nossa existência.
E
nesse processo de reconfiguração da “língua brasileira”,
percebe-se que falamos outra língua quando temos oportunidade de
assistir um telejornal português ou quando temos que ler um artigo
escrito na “língua-mãe”, ou mesmo quando temos a oportunidade
de falar com um patrício.
A
própria Microsoft criou dois sistemas operacionais: português
(portugual) e português (brasileiro) o que mostra o distanciamento
das línguas em suas variações e origens.
Não
sou linguista e tenho dificuldades para adentrar nesse assunto, mas
conheço um pouco de história para se pensar na formação da língua
francesa quando a Gália era de origem Celta e falava língua celta
(gaulesa) e que foi se perdendo pela conquista, primeiro do império
Romano quando a Gália passa a ser “Galo Romano” e depois vieram
as conquistas dos povos germânicos, os francos, etc. E que sobrou da
língua gaulesa no francês?
Bem,
o que estou tentando discorrer é que as línguas estão em formação,
principalmente de um povo tão mestiçado como o nosso e também pela
quebra das fronteiras e dessa construção de “aldeia global”.
Se
pensarmos que a Gália não existe mais, o que existe é a França, a
Bélgica e o norte da Itália com seus povos e suas suas línguas, o
que pensar também do Brasil-Colônia?
E
dessas elubrações deixo a pergunta: falamos
português ou falamos brasileiro? Veja aqui
http://www.ojornalista.com/2009/10/lingua-brasileira/
alguma consideração sobre essa matéria e tantas outras disponíveis
na rede
E
sobre polivalência em que se traduz por uma pessoas com habilidades
e possibilidades diversas apenas fiz uma observação de que a
necessidade maior do ser humano é o desenvolvimento do conhecimento
complexo para se compreender a multdimensionalidade de nosso tempo.
Abraços
Luís
Moreira
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