quarta-feira, 22 de junho de 2016

A história da vida, do silício da idade da pedra ao silício da idade do celular.



A história da vida, do silício da idade da pedra ao silício da idade do celular. Uma reflexão sobre a origem da vida, a partir do documentário: a história do mundo em 2 horas" (Link: https://www.youtube.com/watch?v=ODtzh_lMBKQ)

A terra não pertence ao homem: é o homem que pertence à terra, disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará. Pronunciamento do Chefe Seatle. .


A título de prelúdio, inicio o objeto desse trabalho com alguns questionamentos para tecer o tecido desse texto. O que é a vida? Somos o resultado de um feixe de luz? O que seria da vida sem a existência da luz e da energia? E o que seria a minha existência, o encontro entre duas células de seres opostos sexualmente, se não fosse a química de olhares curiosos e de cumplicidade para perpetuação da espécie?

Energia ainda é a chave para se entender o universo, a mola propulsora de desenvolvimento da economia mundial, o instrumento essencial que faz pulsar a vida em cada ser vivente nessa terra, desde a origem do universo aos diais atuais, desde a primeira alimentação do dia ao ato de abastecer o carro, tudo advém da energia do big bang, ou seja, do próprio universo, de acordo com o documentário em análise.

E os lugares existentes nos dias atuais, as metrópoles, os centros urbanos (megalópoles) ao redor do planeta, a criatividade, as artes, as ciẽncias, a cultura são possibilidades criadas pelo fios da vida tecidos através de átomos, interagindo entre si, coisas gerando outras coisas e coisas que não vão se desenvolver, a depender do substrato que propicia a criação dessas coisas, a existência de energia e matéria que dá origem à vida.

O documentário é muito interessante por apresentar uma visão transdisciplinar da história do mundo. Quatorze bilhões de história em 120min: dos tempos mais remotos aos dias atuais, tendo como protagonista das transformações desses tempos, o silício, as conexões extraordinárias entre o passado distante e a vida atual, tendo como objeto de estudo a origem da vida, os avanços do homem e o crescimento da civilização. E aonde se integram as áreas do conhecimento, a partir de elucubrações sobre explosões e liberação de energias.


A fantástica odisseia da origem da vida, bilhões de anos em apenas 120min, onde o amálgama para construção da vida e do universo é o hidrogênio, porque a partir desse elemento vital à vida, sob pressão e calor, pode-se criar diferentes átomos no tempo e determinado lugar, criando galáxias e gerando vida mais complexa.

E toda a jornada evolutiva apresentada nesse documentário, que abrange mais de três bilhões de anos, possibilitou entender que os organismos na Terra estão conectados por um organismo ancestral – bactérias que foram englobadas, por simbiose, que geraram células mais complexas. E essas novas vidas evoluíram, moveram-se dos oceanos para a terra firme, reproduziram-se, cresceram e alteraram o ambiente terrestre, especialmente a espécie humana.

A informação de que a terra primitiva era muito quente (com mais vapores de água) e por isso a inexistência do ciclo hidrológico como existe hoje é importante para entender a origem da vida. Estavam dadas as condições para as primeiras formas de vida, a partir da interligação do hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e o carbono? Parece que sim porque a combinação desses elementos criou a possibilidade da vida na Terra, aproximadamente a setecentos mil anos, ou seja, o surgimento de seres minúsculos, as bactérias e que por simbiose evoluíram para organismos mais complexos, ou seja, o que vai ao encontro da teoria endossimbiótica.


Essa teoria aponta que as condições da atmosfera com mais concentração de oxigênio possibilitou que organismos aeróbios com maior produção de energia surgisse em nosso planeta. Essa teoria foi popularizada pelo pesquisador Lynn Margulis em 1981 em seu livro Symbiosisin Cell Evolution, segundo a qual as mitocôndrias e cloroplastos são organelas deverivadas da interação entre organismos procarionte ancestral aeróbio e um organismo eucarionte unicelular anaeróbico. E essa simbiose ocorreu a partir do momento que a atmosfera começou a apresentar uma concentração substancial de oxigênio e organismos aeróbios com maior produção de energia surgiram no planeta. (SANTOS, 2007).


Essa teoria endossimbiótica aponta que mitocôndrias e cloroplastos das células eucariontes são organelas oriundas dos organismos procariontes englobados através do processo de endocitose. Importa observar que as mitocôndrias e cloplastos possuem DNA diferente do que existe no núcleo celular e semelhante ao das bactérias, o que caracteriza evidências da referida teoria endossimbiótica.


Mas como entender a teoria do Polímero Primordial, a partir dessas informações? O que aponta essa teoria para a origem da vida? Aponta que uma atmosfera rica em gases simples como vapor dágua, metano, hidrogênio, amônia, exposta à fontes de energia, por exemplo, energia, pode produzir moléculas mais complexas. Importante observar a atmosfera primitiva rica em energia proveniente da radiação solar, do vulcanismo e outras fontes de energia.

Segundo Luciana Morais, a proposta de Haldane-Oparin era que uma atmosfera rica em gases simples – metano, amônia e hidrogênio –, quando exposta a uma fonte de energia, como relâmpagos, produziria moléculas mais complexas que poderiam, então, dar origem a um sistema vivo.


E essas moléculas, através de ligações simples entre si, formando os chamados polímeros: moléculas grandes formadas de centenas de moléculas individuais produzidas na química prebiótica. Um polímero feito de aminoácidos, quando pequeno, é chamado de polipeptídio; quando se torna muito grande, com milhares de unidades, é chamado de proteína.

Em síntese, a sopa primordial pensado pelo cientista Alexander Oparin é resumido da seguinte forma pelo bioquímico Robert Shapiro: terra primitiva tinha uma atmosfera reduzida quimicamente. Esta atmosfera, exposto a energia em várias formas, produziu compostos orgânicos simples. Estes compostos acumulados em uma "sopa", podem ter sido concentrada em vários locais. Por nova transformação, polímeros orgânicos mais complexos - e, finalmente, a vida - desenvolvido na sopa. http://finslab.com/enciclopedia/letra-s/sopa-primordial.php


Nesse sentido, as reações químicas estavam acontecendo em uma atmosfera que continha, primariamente os substratos necessários(gases simples) com as reações da energia solar, produziam moléculas mais complexas, como acúcares simples, por exemplo. E que as colisões de objetos grandes carregados de matéria orgânica com a superfície terrestre criavam o amálgama necessário para a produção de material orgânico, ou seja, a produção de moléculas, polímeros, como o RNA por exemplo, que é ainda muito questionável, mas que é necessário à vida e origem celular pela sua capacidade de se autorreplicar. (COX, 2012)

Será que o RNA pode ser considerada a primeira forma de vida, o primeiro polímero? O fato é que esses organismos tomaram de conta do planeta e de todas as formas de vida (inclusive no corpo humano), a partir das condições atmosféricas (abundância de oxigênio), criando muitas possibilidades de vida. (COX, 2012).

O documentário, vai mostrando, a partir desse momento, como a vida vai se fazendo, o planeta vai se transformando, organismos mais simples vão se constituindo em organismos mais complexos, a diversidade de vida vai aumentando. Também é importante destacar momentos de ciclos onde vidas são extintas como questão recorrente no planeta, através de cataclismo (seres extintos e seres se reconstruindo ao longo das modificações do próprio planeta, a formação dos continentes, a deriva continental, a extinção dos dinossauros, o aparecimento dos mamíferos, a era glacial até o momento em que a existência dos continentes se apresentam como nas estruturas continentais de hoje.

Nesse processo de redesenho do planeta, os mamíferos tiveram as condições de se desenvolverem a partir da extinção dos dinossauros e outros grande animais. Inicia-se a era dos primatas, com dedos organizados e capacidade de desenvolver tecnologias. E o enredo do documentário vai demonstrando como o planeta vai se remodelando e se transformando no mundo em que nós conhecemos hoje. As condições para existência do homem vão sendo criadas, necessidades de alimentação com habitats sendo modificados e incentivando que os primatas buscassem outros lugares para existência.

Importa destacar os momentos de síntese e de reforço que apresenta o documentário, destacando a importância da energia a diversidade de vida. Energia que cada ser vivo existente captará para os seus processos metabólicos, energia que é transmitida pelo sol e se irradia na teia da vida pelas cadeias biológicas, um aprendizado que se inicia pelas bactérias fotossintetizadoras vivendo em meio rico de oxigênio e ferro para oxidar nos oceanos, aumentando os níveis desse gás na atmosfera a partir desses processos, a evolução de seres mais complexos emergirá.


O documentário também aponta que carregamos em nosso sangue partículas das explosões estrelares, ou seja as sementes que originaram a terra e os condutores que possibilitram à vida, uma viagem longa, mas contada em 120min, uma fábrica de elementos que continua o seu trabalho porque estrelas explodem e renascem.


No entanto, até aqui, muitas perguntas ficam no ar porque não há argumentações sobre os fatos narrados, por exemplo: como isso aconteceu? A energia que as estrelas liberam, após explosão, são de fato, condições sine qua non, para a criação de novos elementos que possibilitaram a construção de elementos mais pesados? Até aqui a narração é fantástica, os fatos apresentados aguçam a curiosidade sobre a origem do universo, mas como estudante iniciado me faltam mais elementos para interligar os fios que me ajudem a tecer o tecido desse texto com mais propriedade.


Por outro lado, o vídeo mostra, com competência, a criação, transformação e evolução de nosso planeta ao longo de milhões de anos, que na era primitiva se apresentava ambiente inóspito, lavas fumegantes de erupções, etc. E novamente a gravidade vai desempenhar uma notável contribuição na formação da crosta terreste, separando elementos pesados dos mais leves, construindo a litosfera e a atmosfera, condições essenciais à existência da vida.


O documentário traz excelentes contribuições da Lua para a Terra, mantendo-a firme porque sua força gravitacional evita que o planeta balance e tenha oscilações de clima, além a inclinação nos seus eixos, determinação das estações do ano (manutenção da vida no planeta). E ter inclinação nos eixos para a manutenção da vida na Terra (novamente o documentário peca por falta de argumentações em suas afirmações e por isso o questionamento: por que a a inclinação do planeta é importante para a manutenção da vida na terra?


A vida, como aponta o documentário, surgiu no mar quando os primeiros animais anfíbios deram os seus primeiros passos em terra firme. Pergunta: não seria, portanto, que a maioria dos seres vivos é composto por percentual elevado de água em seus organismos? Isso é uma evidência dessa teoria?


Um ponto importante a destacar no vídeo, muito interessante, é o surgimento da grama como possibilidade maior de adaptações aos primatas que viviam nas árvores. Um novo habitat se apresenta para os primatas, onde o corpo é moldado a partir das necessidades de andar, postura da cabeça mais ereta, etc, o que possibilitou alterações gênicas. Com mãos ágeis, controle do fogo e cérebro maior, o ser humano toma conta do mundo e em todos os continentes, através da dispersão humana, adaptações e evoluções ao longo da história, apesar das intempéries da natureza, como a era do gelo.

Por fim, a título de considerações finais, a odisseia humana ainda continua no planeta, agora algo mais perigoso que a destruição dos habitats, a contaminação de solos e água por elementos químicos com o intuito de aumentar a produção de alimentos. As tecnologias possibilitaram ao homem dominar toda a existência do planeta, destruição de matas e as crises de toda ordem que reduzem a qualidade vida da existência para a maioria dos seres humanos e que colabora para o extermínio de muitas formas de vida, empobrecendo os ecossistemas com a redução da diversidade da vida e aumento da miséria humana. Estamos evoluindo?


Na bíblia, aprende-se que Deus criou todas as coisas, a luz, a vida, os grande animais, e só depois criou o homem a partir da matéria-prima – o barro. "Deus criou a vida. As ciências também apontam a origem do universo a partir da explosão que cria a luz, a luz que possibilita criar o caldo pré-biótico, associado às reações química, que origina a vida. E só depois de estruturas simples, como bactérias e organelas como mitocôndrias e cloroplastos em células mais complexas, a vida vai se desenvolvendo até o aparecimento do homem - situações convergentes quando se fala do aparecimento do homem.


A humanidade atingiu o seu limite, precisamos de novas formas de utilizar a energia,

energias renováveis porque o carbono tirado do subsolo tem impactado a atmosfera, aumentando o efeito estufa e o aquecimento global, alterando o clima no planeta. Se a gravidade esculpiu o universo, as tecnologias criadas pelo homem esculpiram o Século XXI, um século das contradições humanas.


De um planeta vasto à condição de aldeia global a partir da transformação do silício, da idade da pedra à idade do celular há uma constatação: somos capazes de voar, de ir à lua, mas somos incapazes de respeitar as formas de vida e de proteger os ecossistemas. Estamos exaurindo a terra e todos os serviços que a natureza oferece à existência da vida. Voltaremos à condição da forma primitiva da vida?


Referências


COX, Michael M. Biologia Molecular: Princípios e Técnicas. Artmed, 2012.


MORAIS, Luciana. Disponível em>

http://www.revistaecologico.com.br/materia.php?


id=84&secao=1404&mat=1562. Acesso em 04.02.2015, às 18h30min.

http://finslab.com/enciclopedia/letra-s/sopa-primordial.php. Acesso em 04.02.2015, às 19h..

SANTOS, Durvalina Maria Mathias. Disciplina de Biologia Celular. UNESP, 2007.

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