Se o amigo e
colega Romário se interessou pelas ciências biológicas durante as aulas de
taxonomia, genética e evolução o meu interesse pela área das ciências da
natureza nasce pelo contato com a natureza desde os quatro anos de idade quando
acompanhava meu pai de madrugada, debaixo de chuva e muito frio, na ordenha das
vacas.
O cheio do
sertão, do mato verde, da chuva cheirosa e do ar puro trago no sangue e na
alma. As carnaubeiras, as majestosas rainhas do meu sertão me ensinaram a
respeitar todas as formas de vida e me fizeram ser uma pessoa com muitos
sentimentos. E podem acreditar, não sou uma pessoa normal e isso a minha esposa
diz todo o dia. E o que é normalidade nesse tempo de hoje? E que é a loucura? Bem,
isso é outra conversa.
O fato é que
sou filho de ex-agricultores. Quando a parteira chegou depois de atravessar o
Rio Jaguaribe (de barreira a barreira como diz o agricultor cearense) debaixo
de uma grande chuva, eu já tinha chegado ao mundo no dias das mães.
Sou do
município de Jaguaruana, cidade que já foi matéria do Jornal Nacional no ano de
1998 pela petição de miséria em que vive e vivia boa parte de seus habitantes.
Minha mãe,
vendo a necessidade de nos dar oportunidade de estudar, tirou-nos da localidade
de Pitombeira (Jaguaruana) e encorajou meu pai a deixar a lavoura. Assim, junto
com sete irmãos viemos para o município de Russas e a primeira atitude, de
nossos valorosos pais, foi nos matricular na escola pública mais perto de casa.
Meu sonho era
concluir uma graduação na área de ciências agrárias por uma questão de leitura
de mundo, mas acabei indo por outras áreas e quase tive na aeronáutica (desisti
já com as malas em mãos depois de ter passado em seleção para especialista).
O fato é que eu
gosto muito de animais, plantas e tudo que se relaciona com as minhas
experiências de infância, onde tomava banho no Rio Jaguaribe, comia frutos,
principalmente de carnaúba. Entendo hoje que todas as formas de vida precisam
ser cuidadas.
De certa forma
isso deixou profundas lembranças e o desejo enorme de dar continuidade às
pesquisas empíricas, minhas, de meus avós e pais na plantação de alimentos
agroecológicos buscando a epistemologia científica.
Essas
experiências (o meio ambiente onde vivi) ficaram em minhas lembranças, posto
que muita coisa está degradada pela ação do homem. Ademais, isso me motiva
aprender e por isso tenho muitas perspectivas nesse curso de ciências
biológicas, como a profissionalização nessa área do conhecimento porque já atuei
como professor de biologia e tive uma rica experiência na docência como muito
aprendizado.
A minha sede
conhecimento não tem limites. Eu já tenho um bom acervo de livros nessa área do
conhecimento pela necessidade de aprender, lecionar, fazer pesquisas, oficinas,
palestras, etc. O tempo para mim é curto porque tenho que administrar o tempo
com tantos compromissos e espero não perder nenhuma atividade proposta.
E conforme
escreve a pesquisadora Maria Teresa Nidelcoff em uma
escola para o povo: ser um educador para ajudar o povo a descobrir, a se
expressar, a se libertar, para construção da escola do povo, para a construção
de homens novos e para edificação de uma sociedade nova. Assim pois, estaremos
restaurando o sentido da dignidade de sermos educadores
Portanto, as
minhas perspectivas são, conforme escreve o meu amigo e colega Romário,
tornar-me um professor mais consciente, mais crítico, atualizado e amante no
que faço. É o que espero ao final desse curso.
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