quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Construções colaborativas e as perspectivas para o curso de ciências biológicas.



 
Se o amigo e colega Romário se interessou pelas ciências biológicas durante as aulas de taxonomia, genética e evolução o meu interesse pela área das ciências da natureza nasce pelo contato com a natureza desde os quatro anos de idade quando acompanhava meu pai de madrugada, debaixo de chuva e muito frio, na ordenha das vacas. 

O cheio do sertão, do mato verde, da chuva cheirosa e do ar puro trago no sangue e na alma. As carnaubeiras, as majestosas rainhas do meu sertão me ensinaram a respeitar todas as formas de vida e me fizeram ser uma pessoa com muitos sentimentos. E podem acreditar, não sou uma pessoa normal e isso a minha esposa diz todo o dia. E o que é normalidade nesse tempo de hoje? E que é a loucura? Bem, isso é outra conversa.
O fato é que sou filho de ex-agricultores. Quando a parteira chegou depois de atravessar o Rio Jaguaribe (de barreira a barreira como diz o agricultor cearense) debaixo de uma grande chuva, eu já tinha chegado ao mundo no dias das mães.
Sou do município de Jaguaruana, cidade que já foi matéria do Jornal Nacional no ano de 1998 pela petição de miséria em que vive e vivia boa parte de seus habitantes.
Minha mãe, vendo a necessidade de nos dar oportunidade de estudar, tirou-nos da localidade de Pitombeira (Jaguaruana) e encorajou meu pai a deixar a lavoura. Assim, junto com sete irmãos viemos para o município de Russas e a primeira atitude, de nossos valorosos pais, foi nos matricular na escola pública mais perto de casa.
Meu sonho era concluir uma graduação na área de ciências agrárias por uma questão de leitura de mundo, mas acabei indo por outras áreas e quase tive na aeronáutica (desisti já com as malas em mãos depois de ter passado em seleção para especialista).
O fato é que eu gosto muito de animais, plantas e tudo que se relaciona com as minhas experiências de infância, onde tomava banho no Rio Jaguaribe, comia frutos, principalmente de carnaúba. Entendo hoje que todas as formas de vida precisam ser cuidadas.
De certa forma isso deixou profundas lembranças e o desejo enorme de dar continuidade às pesquisas empíricas, minhas, de meus avós e pais na plantação de alimentos agroecológicos buscando a epistemologia científica.
Essas experiências (o meio ambiente onde vivi) ficaram em minhas lembranças, posto que muita coisa está degradada pela ação do homem. Ademais, isso me motiva aprender e por isso tenho muitas perspectivas nesse curso de ciências biológicas, como a profissionalização nessa área do conhecimento porque já atuei como professor de biologia e tive uma rica experiência na docência como muito aprendizado.
A minha sede conhecimento não tem limites. Eu já tenho um bom acervo de livros nessa área do conhecimento pela necessidade de aprender, lecionar, fazer pesquisas, oficinas, palestras, etc. O tempo para mim é curto porque tenho que administrar o tempo com tantos compromissos e espero não perder nenhuma atividade proposta.
E conforme escreve a pesquisadora Maria Teresa Nidelcoff em uma escola para o povo: ser um educador para ajudar o povo a descobrir, a se expressar, a se libertar, para construção da escola do povo, para a construção de homens novos e para edificação de uma sociedade nova. Assim pois, estaremos restaurando o sentido da dignidade de sermos educadores
Portanto, as minhas perspectivas são, conforme escreve o meu amigo e colega Romário, tornar-me um professor mais consciente, mais crítico, atualizado e amante no que faço. É o que espero ao final desse curso.

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