domingo, 25 de janeiro de 2015

Avaliação orientada para o desenvolvimento do aluno a partir da mediação pedagógica.

Amigos(as) peço  a permissão para escrever um texto mais prolixo e também para disponibilizar o vídeo em análise, como também uma síntese do vídeo do  autor Cipriano Luckesi que é muito esclarecedor sobre as diferenças entre exames e avaliações.Também colocarei outros elementos para melhor reflexão sobre o aprendizado final desta disciplina. 
Eu já havia realizado uma leitura de livro Cipriano Luckesi - avaliação da aprendizagem - nos anos 90, mas esse vídeo vai ao encontro da necessidade de entender a avaliação como instrumento de promoção do desenvolvimento do aluno em todas as dimensões e em momentos diferentes do percurso que ele faz durante o processo de ensino e aprendizagem. 

Eu já vivi a experiência de exames como aluno e professor e também a avaliação, quando passei a conhecer as teorias de Vygotski sobre zona de desenvolvimento proximal e mediação pedagógica (as teorias construtivistas e o currículo por resolução de problemas, estudos de casos e projetos de aprendizagem, onde o professor atua com a pedagogia das perguntas para avaliar o que aluno já sabe - desenvolvimento real - , o que aluno poderá saber - zona de desenvolvimento potencial.
O cerne da visão sócio-interacionista no processo de ensino e aprendizagem é a qualidade da intervenção do professor mediador que consiste em detectar se o aluno está fazendo o que sabe, o que pode, se está aquém de seu potencial e o quanto poderia avançar e que vai ao encontro das reflexões de Cipriano Luckesi no vídeo em análise.

Zona de Desenvolvimento Proximal.

Nessa perspectiva vygotskiana, acredita-se que o aluno tem a capacidade de ir além das estruturas e do nível de desenvolvimento estabelecidos por Piaget, se o professor interferir, ajudar, em vez de deixá-la trabalhar sozinha e só ficar acompanhando o que ela sabe.


Para Vygotsky o conceito de conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP) consiste na qualidade da mediação pedagógica, posto que é preciso considerar que o aluno tem capacidade de resolver problemas, desempenhar tarefas, elaborar representações mentais e construir conceitos com a ajuda de outras pessoas (experiências que estamos aprendendo nesse curso com as intervenções de nossos tutores e contribuições dos colegas mais experientes. O que nossos colegas sabem é tão importante quanto as intervenções dos tutores.

Para Vygotsky (1994), a (ZDP) representa a distância entre o que o aluno sabe e consegue efetivamente fazer ou resolver por ele mesmo (nível de desenvolvimento real) e o que ela ainda não sabe, mas pode vir a saber, com a mediação de outras pessoas (nível de desenvolvimento potencial).
Por fim, segue abaixo, uma síntese das reflexões de Cipriano Luckesi sobre exames e avaliações.
Avaliação é uma especificidade da avaliação.
Avaliação funciona igual para todos os objetos ou área da atuação humana (empresas, político, escolas, etc).
O objetivo do ato de avaliar é conseguir diagnosticar uma experiência que tem um resultado mais satisfatório.
A avaliação da aprendizagem pretende diagnosticar a aprendizagem que está ocorrendo, os instrumentos do ensino que estão contribuindo para esta aprendizagem (como as estratégias de ensino para a aprendizagem)
Tomar decisões que auxiliem esse processo na melhoria da aprendizagem na perspectiva de obtenção de resultados mais satisfatórios;
O objetivo da avaliação é propiciar decisões que produzam resultados mais satisfatórios.
O autor fazer uma crítica sobre o processo de avaliação nas escolas porque o que existe são exames. Há uma diferença entre o ato de avaliar e o ato de examinar.
Nós chamamos de avaliação e praticamos exames.
O que é examinar e o que é avaliar?
O ato de examinar tem três características básicas:
Os exames são pontuais: só servem para aquele momento, não avalia o antes e nem o depois. Exemplo: os vestibulares e a própria prova que o professor passa.
Os exames são classificatórios: classificam alunos entre reprovados, aprovados em recuperação. Tem uma escola de notas, tem média de notas e o aluno fica classificado com média tal.
No exame o aluno será classificado pela nota que ele que tirar e não considera o seu avanço na avaliação. Por exemplo, se aluno tira nota 2 em uma prova e 10 na outra, ele fica com a média 6. E não se considera o nível de avanço na aprendizagem.
A terceira característica dos exames que ele é seletivo. Como, por exemplo, o ENEM e os Vestibulares que excluem uma grande parte dos alunos ao acesso da universidade.
Os exames são seletivos e excludentes.
Por outro lado, a avaliação tem três características.
1. O ato de avaliar não é pontual. Enquanto os exames verificam o que está acontecendo agora, a avaliação analisa o que estava acontecendo antes, o que está acontecendo agora e o que pode vir a acontecer.
No ato de examinar afirma-se que o aluno não sabe. E no ato de avaliar aponta-se que o aluno ainda não sabe, porque depois o aluno poderá vir a saber. O importante é acreditar o aluno irá vir a saber ou aprender, se houver um trabalho educativo.
Enquanto os exames são classificatórios, a avaliação é dinâmica. A avaliação não classifica. Ela diagnostifica o que está ocorrendo para que haja possibilidade de melhoria.
Que a avaliação é diagnóstica. Quue ele é formativa. Que é dialética. Que ela é dialógica. Que ela é mediadora, termos que para o autor são redundantes porque se é avaliação ela tem que ter e ser todos esses predicados (mediadora, formativa, dialética, dialógica,etc).
A avaliação possibilita uma dinâmica de acompanhar o desenvolvimento do aluno em todo o processo de ensino e aprendizagem.
Por fim, a avaliação é includente. Ela traz para dentro. Enquanto que a prática do exame coloca alguém para fora. A prática da avaliação diz para ao aluno: rapaz venha para dentro que iremos ajudá-lo a saber.
Portanto, as três características do ato de examinar são opostos às características de avaliar. E a postura do educador deverá ser permanentemente de avaliar.

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