Eu
já havia realizado uma leitura de livro Cipriano Luckesi - avaliação da
aprendizagem - nos anos 90, mas esse vídeo vai ao encontro da necessidade de
entender a avaliação como instrumento de promoção do desenvolvimento do aluno
em todas as dimensões e em momentos diferentes do percurso que ele faz durante
o processo de ensino e aprendizagem.
Eu
já vivi a experiência de exames como aluno e professor e também a avaliação,
quando passei a conhecer as teorias de Vygotski sobre zona de desenvolvimento
proximal e mediação pedagógica (as teorias construtivistas e o currículo por
resolução de problemas, estudos de casos e projetos de aprendizagem, onde o
professor atua com a pedagogia das perguntas para avaliar o que aluno já sabe -
desenvolvimento real - , o que aluno poderá saber - zona de desenvolvimento
potencial.
O cerne da visão
sócio-interacionista no processo de ensino e aprendizagem é a qualidade da
intervenção do professor mediador que consiste em detectar se o aluno está
fazendo o que sabe, o que pode, se está aquém de seu potencial e o quanto
poderia avançar e que vai ao encontro das reflexões de Cipriano Luckesi no
vídeo em análise.
Nessa
perspectiva vygotskiana, acredita-se que o aluno tem a capacidade de ir além
das estruturas e do nível de desenvolvimento estabelecidos por Piaget, se o
professor interferir, ajudar, em vez de deixá-la trabalhar sozinha e só ficar
acompanhando o que ela sabe.
Para Vygotsky o
conceito de conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP) consiste na
qualidade da mediação pedagógica, posto que é preciso considerar que o aluno
tem capacidade de resolver problemas, desempenhar tarefas, elaborar
representações mentais e construir conceitos com a ajuda de outras pessoas
(experiências que estamos aprendendo nesse curso com as intervenções de nossos
tutores e contribuições dos colegas mais experientes. O que nossos colegas
sabem é tão importante quanto as intervenções dos tutores.
Para Vygotsky
(1994), a (ZDP) representa a distância entre o que o aluno sabe e consegue
efetivamente fazer ou resolver por ele mesmo (nível de desenvolvimento real) e o
que ela ainda não sabe, mas pode vir a saber, com a mediação de outras pessoas
(nível de desenvolvimento potencial).
Por
fim, segue abaixo, uma síntese das reflexões de Cipriano Luckesi sobre exames e
avaliações.
Avaliação
é uma especificidade da avaliação.
Avaliação
funciona igual para todos os objetos ou área da atuação humana (empresas,
político, escolas, etc).
O
objetivo do ato de avaliar é conseguir diagnosticar uma experiência que tem um
resultado mais satisfatório.
A
avaliação da aprendizagem pretende diagnosticar a aprendizagem que está
ocorrendo, os instrumentos do ensino que estão contribuindo para esta
aprendizagem (como as estratégias de ensino para a aprendizagem)
Tomar
decisões que auxiliem esse processo na melhoria da aprendizagem na perspectiva
de obtenção de resultados mais satisfatórios;
O
objetivo da avaliação é propiciar decisões que produzam resultados mais
satisfatórios.
O
autor fazer uma crítica sobre o processo de avaliação nas escolas porque o que
existe são exames. Há uma diferença entre o ato de avaliar e o ato de examinar.
Nós
chamamos de avaliação e praticamos exames.
O
que é examinar e o que é avaliar?
O
ato de examinar tem três características básicas:
Os
exames são pontuais: só servem para aquele momento, não avalia o antes e nem o
depois. Exemplo: os vestibulares e a própria prova que o professor passa.
Os
exames são classificatórios: classificam alunos entre reprovados, aprovados em
recuperação. Tem uma escola de notas, tem média de notas e o aluno fica
classificado com média tal.
No
exame o aluno será classificado pela nota que ele que tirar e não considera o
seu avanço na avaliação. Por exemplo, se aluno tira nota 2 em uma prova e 10 na
outra, ele fica com a média 6. E não se considera o nível de avanço na
aprendizagem.
A
terceira característica dos exames que ele é seletivo. Como, por exemplo, o
ENEM e os Vestibulares que excluem uma grande parte dos alunos ao acesso da
universidade.
Os
exames são seletivos e excludentes.
Por
outro lado, a avaliação tem três características.
1.
O ato de avaliar não é pontual. Enquanto os exames verificam o que está
acontecendo agora, a avaliação analisa o que estava acontecendo antes, o que
está acontecendo agora e o que pode vir a acontecer.
No
ato de examinar afirma-se que o aluno não sabe. E no ato de avaliar aponta-se
que o aluno ainda não sabe, porque depois o aluno poderá vir a saber. O
importante é acreditar o aluno irá vir a saber ou aprender, se houver um
trabalho educativo.
Enquanto
os exames são classificatórios, a avaliação é dinâmica. A avaliação não
classifica. Ela diagnostifica o que está ocorrendo para que haja possibilidade
de melhoria.
Que
a avaliação é diagnóstica. Quue ele é formativa. Que é dialética. Que ela é
dialógica. Que ela é mediadora, termos que para o autor são redundantes porque
se é avaliação ela tem que ter e ser todos esses predicados (mediadora,
formativa, dialética, dialógica,etc).
A
avaliação possibilita uma dinâmica de acompanhar o desenvolvimento do aluno em
todo o processo de ensino e aprendizagem.
Por
fim, a avaliação é includente. Ela traz para dentro. Enquanto que a prática do
exame coloca alguém para fora. A prática da avaliação diz para ao aluno: rapaz
venha para dentro que iremos ajudá-lo a saber.
Portanto,
as três características do ato de examinar são opostos às características de
avaliar. E a postura do educador deverá ser permanentemente de avaliar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário