terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Indicadores de qualidade na educação: por que é importante conhecer pontos fortes e fracos da escola?


Paz e bem!

Estimado (a) Diretor (a) e Companheiro (a), 

Compartilho o livro -  Indicadores de Qualidade na Educação - destacando as principais questões sobre o que são indicadores de qualidade.

As leituras do referido vão complementando as leituras de outras leituras para favorecer uma compreensão da gestão da escola com foco na aprendizagem dos alunos. Esse é o desafio do gestor educador, o educador gestor: focar processos, focar pessoas na aprendizagem dos alunos.

O desafio é desenvolver uma proposta política pedagógica inovadora com o foco na aprendizagem dos alunos. E podemos iniciar com o diagnóstico, definição de metas a partir do olhar desses indicadores.

O que são indicadores?

Indicadores são sinais que revelam aspectos de determinada realidade e que podem qualificar algo. Por exemplo, para saber se uma pessoa está doente, usamos vários indicadores: febre, dor, desânimo. Para saber se a economia do país vai bem, utilizamos como indicadores a inflação e a taxa de juros.

A variação dos indicadores nos possibilita constatar mudanças (a febre que baixou significa que a pessoa está melhor; a inflação mais baixa no último ano indica que a economia está melhorando).

Aqui, os indicadores apresentam a qualidade da escola em relação a importantes elementos de sua realidade: as dimensões.

A maioria das pessoas deve concordar com o fato de que uma escola boa é aquela em que os alunos aprendem coisas essenciais para sua vida, como ler e escrever, resolver problemas matemáticos, conviver com os colegas, respeitar regras, trabalhar em
grupo.

Mas quem pode definir bem e dar vida às orientações gerais sobre qualidade na escola, de acordo com os contextos socioculturais locais,é a própria comunidade escolar.

Os Indicadores da Qualidade na Educação foram criados para ajudar a comunidade escolar na avaliação e na melhoria da qualidade da escola. Este é seu objetivo principal.

Compreendendo seus pontos fortes e fracos, a escola tem condições de intervir para melhorar sua qualidade de acordo com seus próprios critérios e prioridades.

Foram identificados  sete elementos fundamentais – aqui nomeados de dimensões – que devem ser considerados pela escola na reflexão sobre sua qualidade. Para avaliar essas dimensões, foram criados alguns sinalizadores de qualidade de importantes aspectos da realidade escolar: os indicadores.

INDICADORES DA QUALIDADE NA EDUCAÇÃO

Dimensão 1 : Ambiente educativo
Dimensão 2 : Prática pedagógica
Dimensão 3 : Avaliação
Dimensão 4 : Gestão escolar democrática
Dimensão 5 : Formação e condições de trabalho dos profissionais da escola
Dimensão 6 : Ambiente físico escolar
Dimensão 7 : Acesso, permanência e sucesso na escola

1. Ambiente educativo:
Nesta dimensão os indicadores se referem ao respeito, à alegria, à amizade e solidariedade, à disciplina, ao combate à discriminação e ao exercício dos direitos e deveres.

2. Prática pedagógica e avaliação:
Aqui, reflete-se coletivamente sobre a proposta pedagógica da escola, sobre o planejamento das atividades educativas, sobre as estratégias e recursos de ensino-aprendizagem, os processos de avaliação dos alunos, incluindo a auto-avaliação, e a avaliação dos profissionais da escola.

3. Ensino e aprendizagem da leitura e da escrita:
Aborda a proposta pedagógica para a alfabetização inicial e desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita ao longo da educação básica; aponta as oportunidades que os alunos têm para desenvolver hábitos e a motivação para leitura, incluindo uso da biblioteca e equipamentos de informática.

4. Gestão escolar democrática:
Focaliza o compartilhamento das decisões, a preocupação com a qualidade, com a relação custo-benefício e com a transparência.

5. Formação e condições de trabalho dos profissionais da escola:
Aqui, discute-se sobre os processos de formação dos professores, sobre a suficiência, assiduidade e estabilidade da equipe escolar.

6. Espaço físico escolar:
Nesta dimensão, os indicares são o bom aproveitamento dos recurso existentes na escola, a disponibilidade e a qualidade desses recursos e a organização dos espaços escolares.

7. Acesso, permanência e sucesso na escola:
As perguntas principais são: Quem são os alunos que apresentam maior dificuldade no processo de aprendizagem? Quem são aqueles que mais faltam na escola? Onde e como eles vivem? Quais são as suas dificuldades? Quem são os alunos que abandonaram ou evadiram? Quais os motivos?

No entanto, a grande questão é como a escola utiliza indicadores de qualidade para avaliar o seu trabalho, o trabalho de professores, funcionários, núcleo gestor, etc.

E a definição dos indicadores de qualidade devem fazer parte do diagnóstico da escola - primeira fase da elaboração do PPP>

E ṕor isso, vamos ampliar a compreensão sobre as dimensões de indicadores de qualidade.

Dimensão 1 : Ambiente educativo

A escola é um espaço de ensino, aprendizagem e vivência de valores. Nela, os indivíduos se socializam, brincam e experimentam a convivência com a diversidade humana. No ambiente educativo, o respeito, a alegria, a amizade e a solidariedade, a disciplina, o combate à discriminação e o exercício dos direitos e deveres são práticas que garantem
a socialização e a convivência, desenvolvem e fortalecem a noção de cidadania e de igualdade entre todos.

Dimensão 2 : Prática pedagógica

Por meio de uma ação planejada e refletida do professor no dia-a-dia da sala de aula, a escola realiza seu maior objetivo: fazer com que os alunos aprendam e adquiram o desejo de aprender cada vez mais e com autonomia.

Para atingir esse objetivo, é preciso focar a prática pedagógica no desenvolvimento dos alunos, o que significa observá-los de perto conhecê-los, compreender suas diferenças, demonstrar interesse por eles, conhecer suas dificuldades e incentivar suas potencialidades.

Crianças, adolescentes, jovens e adultos vivem num mundo cheio de informação, o que reforça a necessidade de planejar as aulas com base em um conhecimento sobre o que eles já sabem e o que precisam e desejam saber.

Dimensão 3 : Avaliação

A avaliação é parte integrante e fundamental do processo educativo. Por meio dela, o professor fica sabendo como está a aprendizagem dos alunos e obtém indícios para refletir e melhorar a sua própria prática pedagógica. Um bom processo de ensino–aprendizagem na escola inclui uma avaliação inicial para o planejamento do professor e uma avaliação ao final de uma etapa de trabalho (seja ela um tópico da matéria, um bimestre ou um ciclo).

Quando pensamos em avaliação, estamos falando de algo muito mais completo que uma prova. A avaliação deve ser um processo, ou seja, deve acontecer durante todo o ano, em vários momentos e de diversas formas. Os alunos podem ser avaliados, por exemplo, por um trabalho em grupo, pela observação de seu comportamento e de sua participação na sala de aula, por exercícios
e tarefas de casa. Assim, o estudante pode exercitar e inter-relacionar suas diferentes capacidades, explorando seu potencial e avaliando sua compreensão dos conteúdos curriculares e seus avanços. Uma boa avaliação é aquela em que o aluno também aprende.

A auto-avaliação – quando o aluno avalia a si próprio – é uma ótima estratégia de aprendizagem e construção da autonomia, facilitando a tomada de consciência de seus avanços, suas dificuldades e suas possibilidades. É importante também que
os alunos ajudem a escolher os modos pelos quais serão avaliados, o que traz o comprometimento de todos com a avaliação.

Mas a avaliação não deve se deter apenas na aprendizagem do aluno. Avaliar a escola como um todo e periodicamente é muito importante. E é exatamente isso que este material propõe: apoiar a comunidade escolar para que a avaliação seja um instrumento participativo para a melhoria da qualidade da escola. Portanto, se sua escola está utilizando este instrumental, é sinal de que essa avaliação ampla sobre a qual estamos falando, de alguma forma, está acontecendo.


Dimensão 4 : Gestão escolar democrática

Algumas características da gestão escolar democrática são: o compartilhamento de decisões e informações, a preocupação
com a qualidade da educação e com a relação custo–benefício, a transparência (capacidade de deixar claro para a comunidade como são usados os recursos da escola, inclusive os financeiros).

Compartilhar decisões significa envolver pais, alunos, professores, funcionários e outras pessoas da comunidade na administração escolar. Quando as decisões são tomadas pelos principais interessados na qualidade da escola, a chance de que dêem certo é bem maior.

Discutir propostas e implementar ações conjuntas por meio de parcerias proporciona grandes resultados para melhorar a qualidade da escola no país. Procurar postos de saúde, centros culturais, bibliotecas, organizações não-governamentais
e universidades para que venham trabalhar junto com a escola é um jeito de envolver mais pessoas no
propósito de oferecer uma boa formação aos alunos.

Por fim, é importante saber que, numa gestão democrática, é preciso lidar com conflitos e opiniões diferentes. O conflito faz parte da vida. Mas precisamos sempre dialogar com os que pensam diferente de nós e, juntos, negociar.

Dimensão 5 : Formação e condições de trabalho dos profissionais da escola

Todos os profissionais da escola são importantes para a realização dos objetivos do projeto político-pedagógico. Os professores são responsáveis por aquilo que os especialistas chamam de transposição didática, ou seja, concretizar os princípios político-pedagógicos em ensino– aprendizagem.

Cada um dos demais profissionais tem um papel fundamental no processo educativo, cujo resultado não depende apenas da sala de aula, mas também da vivência e da observação de atitudes corretas e respeitosas no cotidiano da escola.

Tamanha responsabilidade exige boas condições de trabalho, preparo e equilíbrio. Para tanto, é importante que se garanta formação continuada aos profissionais e também outras condições, tais como estabilidade do corpo docente, o que incide sobre a consolidação dos vínculos e dos processos de aprendizagem, uma adequada relação entre o número
de professores e o número de alunos, salários condizentes com a importância do trabalho, etc.

Dimensão 6 : Ambiente físico escolar

Ambientes físicos escolares de qualidade são espaços educativos organizados, limpos, arejados, agradáveis, cuidados, com flores e árvores, móveis, equipamentos e materiais didáticos adequados à realidade da escola, com recursos que permitam a prestação de serviços de qualidade aos alunos, aos pais e à comunidade, além de boas condições de trabalho aos professores, diretores e funcionários em geral10 . Na gestão do espaço escolar, é preciso estar atento para:

O bom aproveitamento dos recursos existentes (muitas vezes o que se tem pode ser insuficiente, mas é preciso cuidar para que tudo o que se tem seja bem aproveitado). Uma organização que favoreça o convívio entre as pessoas, que seja flexível e conte com as condições suficientes para o desenvolvimento das atividades de ensino e aprendizagem.

A qualidade dos recursos (ou seja, se esses recursos respondem às necessidades do processo educativo e do envolvimento da comunidade e se estão organizados, bem cuidados e bonitos). Nesta dimensão, itens fundamentais para o ambiente físico escolar serão avaliados de acordo com três diferentes indicadores. Vamos ver o que cada um deles representa:

1. Suficiência: disponibilidade de material, espaço ou equipamento quando deles se necessita.
2. Qualidade: adequação do material à prática pedagógica, boas condições de uso, conservação, organização, beleza, etc.
3. Bom aproveitamento: valorização e uso eficiente e flexível de tudo o que se possui.

Dimensão 7 : Acesso, permanência e sucesso na escola

Um  dos principais desafios atuais de nossas escolas é fazer com que crianças e adolescentes nela permaneçam e consigam concluir os níveis de ensino em idade adequada, e que jovens e adultos também tenham os seus direitos educativos atendidos. Será que sabemos quem são os alunos que, na nossa escola, apresentam maior dificuldade no processo de aprendizagem? Sabemos quem são aqueles que mais faltam na escola? Onde e como eles vivem?
Quais são as suas dificuldades? E os que abandonaram ou se evadiram? Sabemos o motivo?

O que estão fazendo? Estamos nos esforçando em trazê-los de volta para a escola? Temos tratado essa situação com o cuidado e o carinho que ela merece? Ao responder a essas e outras perguntas relativas a esta dimensão, a comunidade escolar poderá discutir formas de a escola oferecer boas oportunidades de aprendizagem a todos os cidadãos

E informações importantes para consulta e pesquisa sobre a escola

• DataEscolaBrasil do Inep (www.dataescolabrasil.inep.gov.br)
Sistema de consulta ao banco de dados da educação básica que permite o acesso a informações sobre cada uma das escolas
públicas brasileiras.
• Edudatabrasil do Inep (www.edudatabrasil.inep.gov.br)
Sistema de consulta que permite à sociedade acompanhar a evolução dos indicadores educacionais do país.

Censo Escolar do Inep (www.inep.gov.br) Fornece informações referentes às matrículas
nas escolas da educação básica.
• Sinopses Estatísticas da Educação Básica do Inep (www.inep.gov.br)
Documentos que apresentam dados referentes a estabelecimento, matrícula, função docente, movimento e rendimento escolar para as diferentes modalidades de ensino brasileiras.
• Secretarias Estaduais de Educação (www.mec.gov.br/home/links.shtm)
Na página do MEC você encontra o endereço de todas as Secretarias Estaduais de Educação do país.

Atenciosamente,
Luís Moreira
Superintendente Escolar


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