A história
da vida, do silício da idade da pedra ao silício da
idade do celular. Uma reflexão sobre a origem da vida, a
partir do documentário: a história
do mundo em 2 horas" (Link:
https://www.youtube.com/watch?v=ODtzh_lMBKQ)
Luís
Moreira de Oliveira Filho
A
terra não pertence ao homem: é o homem que pertence à
terra, disso temos certeza. Todas as coisas estão
interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está
relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da
terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é
meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si
próprio fará. Pronunciamento do Chefe Seatle. .
A título de prelúdio, inicio o
objeto desse trabalho com alguns questionamentos para tecer o tecido
desse texto. O que é a vida? Somos o resultado de um
feixe de luz? O que seria da vida sem a existência da luz e da
energia? E o que seria a minha existência, o encontro entre
duas células de seres opostos sexualmente, se não fosse
a química de olhares curiosos e de cumplicidade para
perpetuação da espécie?
Energia ainda é a chave para se entender o universo, a mola
propulsara de desenvolvimento da economia mundial, o instrumento
essencial que faz pulsar a vida em cada ser vivente nessa terra,
desde a origem do universo aos dias atuais, desde a primeira
alimentação do dia ao ato de abastecer o carro, tudo
advém da energia do big bang, ou seja, do próprio
universo, de acordo com o documentário em análise.
E os lugares existentes nos dias atuais, as metrópoles, os
centros urbanos (megalópoles) ao redor do planeta, a
criatividade, as artes, as ciências, a cultura são
possibilidades criadas pelo fios da vida tecidos através de
átomos, interagindo entre si, coisas gerando outras coisas e
coisas que não vão se desenvolver, a depender do
substrato que propicia a criação dessas coisas, a
existência de energia e matéria qiue dá origem á
vida.
O documentário é muito interessante por apresentar uma
visão transdisciplinar da história do mundo. Quatorze
bilhões de história em 120min: dos tempos mais remotos
aos dias atuais, tendo como protagonista das transformações
desses tempos, o silício, as conexões extraordinárias
entre o passado distante e a vida atual, tendo como objeto de estudo
a origem da vida, os avanços do homem e o crescimento da
civilização. E aonde se integram as áreas do
conhecimento, a partir de elocubrações sobre explosões
e liberação de energias.
A fantástica odisséia da origem da vida, bilhões
de anos em apenas 120min, onde o amálgama para construção
da vida e do universo é o hidrogênio, porque a partir
desse elemento vital à vida, sob pressão e calor,
pode-se criar diferentes átomos no tempo e determinado lugar,
criando galáxias e gerando vida mais complexa.
E toda a jornada evolutiva apresentada nesse documentário, que
abrange mais de três bilhões de anos, possibilitou
entender que os organismos na Terra estão conectados por um
organismo ancestral – bactérias que foram englobadas, por
simbiose, que geraram células mais complexas. E essas novas
vidas evoluíram, moveram-se dos oceanos para a terra firme,
reproduziram-se, cresceram e alteraram o ambiente terrestre,
especialmente a espécie humana.
A informação de que a terra primitiva era muito quente
(com mais vapores de água) e por isso a inexistência do
ciclo hidrológico como existe hoje é importante para
entender a origem da vida. Estavam dadas as condições
para as primeiras formas de vida, a partir da interligação
do hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e o carbono?
Parece que sim porque a combinação desses elementos
criou a possibilidade da vida na Terra, aproximadamente a setecentos
mil anos, ou seja, o surgimento de seres minúsculos, as
bactérias e que por simbiose evoluíram para organismos
mais complexos, ou seja, o que vai ao encontro da teoria
endossimbiótica.
Essa teoria aponta que as condições da atmosfera com
mais concentração de oxigênio possibilitou que
organismos aeróbios com maior produção de
energia surgisse em nosso planeta. Essa teoria endossimbiótica
aponta que mitocôndrias e cloroplastos das células
eucariontes são organelas oriundas dos organismos
procariontes englobados através do processo de endocitose.
Importa observar que as mitocôndrias e cloroplastos possuem DNA
diferente do que existe no núcleo celular e semelante ao das
bactérias, o que caracteriza evidências da referida
teoria endossimbiótica.
Mas como entender a
teoria do Polímero Primordial, a partir dessas informações?
O que aponta essa teoria para a origem da vida? Aponta que uma
atmosfera rica em gases simples como vapor dágua, metano,
hidrogênio, amônia, exposta à fontes de energia,
por exemplo, energia, pode produzir moléculas mais complexas.
Importante observar a atmosfera primitiva rica em energia proveniente
da radiação solar, do vulcanismo e outras fontes de
energia.
Segundo Luciana
Morais, a proposta
de Haldane-Oparin era que uma atmosfera rica em gases simples –
metano, amônia e hidrogênio –, quando exposta a uma
fonte de energia, como relâmpagos, produziria moléculas
mais complexas que poderiam, então, dar origem a um sistema
vivo.
E essas moléculas,
através de ligações simples entre si, formando
os chamados polímeros: moléculas grandes formadas de
centenas de moléculas individuais produzidas na química
prebiótica. Um polímero feito de aminoácidos,
quando pequeno, é chamado de polipeptídio; quando se
torna muito grande, com milhares de unidades, é chamado de
proteína.
Em síntese, a
sopa primordial pensado pelo cientista Alexander Oparin é
resumido da seguinte forma pelo bioquímico Robert Shapiro:
terra primitiva tinha uma atmosfera reduzida quimicamente. Esta
atmosfera, exposto a energia em várias formas, produziu
compostos orgânicos simples. Estes compostos acumulados em uma
"sopa", podem ter sido concentrada em vários locais.
Por nova transformação, polímeros orgânicos
mais complexos - e, finalmente, a vida - desenvolvido na sopa.
http://finslab.com/enciclopedia/letra-s/sopa-primordial.php
Nesse sentido, as reações químicas estavam
acontecendo em uma atmosfera que continha, primariamente os
substratos necessários(gases simples) com as reações
da energia solar, produziam moléculas mais complexas, como
acúcares simples, por exemplo. E que as colisões de
objetos grandes carregados de matéria orgânica com a
superfície terrestre criavam o amálgama necessário
para a produção de material orgânico, ou seja, a
produção de moléculas, polímeros, como o
RNA por exemplo, que é ainda muito questionável, mas
que é necessário à vida e origem celular pela
sua capacidade de se autorreplicar. (COX, 2012)
Será que o RNA pode ser considerada a primeira forma de vida,
o primeiro polímero? O fato é que esses organismos
tomaram de conta do planeta e de todas as formas de vida (inclusive
no corpo humano), a partir das condições atmosféricas
(abundância de oxigênio), criando muitas possibilidades
de vida. (COX, 2012).
O documentário, vai mostrando, a partir desse momento, como a
vida vai se fazendo, o planeta vai se transformando, organismos mais
simples vão se constituindo em organismos mais complexos, a
diversidade de vida vai aumentando. Também é
importante destacar momentos de ciclos onde vidas são extintas
como questão recorrente no planeta, através de
cataclismo (seres extintos e seres se reconstruindo ao longo das
modificações do próprio planeta, a formação
dos continentes, a deriva continental, a extinção dos
dinossauros, o aparecimento dos mamíferos, a era glacial até
o momento em que a existência dos continentes se apresentam
como nas estruturas continentais de hoje.
Nesse processo de redesenho do planeta, os mamíferos tiveram
as condições de se desenvolverem a partir da extinção
dos dinossauros e outros grande animais. Incia-se a era dos primatas,
com dedos organizados e capacidade de desenvolver tecnologias. E o
enredo do documentário vai demonstrando como o planeta vai se
remodelando e se transformando no mundo em que nós conhecemos
hoje. As condições para existência do homem vão
sendo criadas, necessidades de alimentação com habitats
sendo modificados e incentivando que os primatas buscassem outros
lugares para existência.
Importa destacar os momentos de síntese e de reforço
que apresenta o documentário, destacando a importância
da energia a diversidade de vida. Energia que cada ser vivo existente
captará para os seus processos metabólicos, energia que
é transmitida pelo sol e se irradia na teia da vida pelas
cadeias biológicas, um aprendizado que se inicia pelas
bactérias fotossintetizadoras vivendo em meio rico de
oxigênio e ferro para oxidar nos oceanos, aumentando os níveis
desse gás na atmosfera a partir desses processos, a evolução
de seres mais complexos emergirá.
O documentário também aponta que carregamos em nosso
sangue partículas das explosões estrelares, ou seja as
sementes que originaram a terra e os condutores que possibilitaram à
vida, uma viagem longa, mas contada em 120min, uma fábrica de
elementos que continua o seu trabalho porque estrelas explodem e
renascem.
No entanto, até aqui, muitas perguntas ficam no ar porque não
há argumentações sobre os fatos narrados, por
exemplo: como isso aconteceu? A energia que as estrelas liberam, após
explosão, são de fato, condições sine
qua non, para a criação de novos elementos que
possibilitaram a construção de elementos mais pesados?
Até aqui a narração é fantástica,
os fatos apresentados aguçam a curiosidade sobre a origem do
universo, mas como estudante iniciado me faltam mais elementos para
interligar os fios que me ajudem a tecer o tecido desse texto com
mais propriedade.
Por outro lado, o vídeo mostra, com competência, a
criação, transformação e evolução
de nosso planeta ao longo de milhões de anos, que na era
primitiva se apresentava ambiente inóspito, lavas fumegantes
de erupções, etc. E novamente a gravidade vai
desempenhar uma notável contribuição na formação
da crosta terrestre, separando elementos pesados dos mais leves,
construindo a litosfera e a atmosfera, condições
essenciais à existência da vida.
O documentário traz excelentes contribuições da
Lua para a Terra, mantendo-a firme porque sua força
gravitacional evita que o planeta balance e tenha oscilações
de clima, além a inclinação nos seus eixos,
determinação das estações do ano
(manutenção da vida no planeta). E ter inclinação
nos eixos para a manutenção da vida na Terra (novamente
o documentário peca por falta de argumentações
em suas afirmações e por isso o questionamento: por que
a a inclinação do planeta é importante para a
manutenção da vida na terra?
A vida, como aponta o documentário, surgiu no mar quando os
primeiros animias anfíbios deram os seus primeiros passos em
terra firme. Pergunta: não seria, portanto, que a maioria dos
seres vivos é composto por percentual elevado de água
em seus organismos? Isso é uma evidência dessa teoria?
Um ponto importante a destacar no vídeo, muito interessante, é
o surgimento da grama como possibilidade maior de adaptações
aos primatas que viviam nas árvores. Um novo habitat se
apresenta para os primatas, onde o corpo é moldado a partir
das necessidades de andar, postura da cabeça mais ereta, etc,
o que possibilitou alterações gênicas. Com mãos
ágeis, controle do fogo e cérebro maior, o ser humano
toma conta do mundo e em todos os continentes, através da
dispersão humana, adaptações e evoluções
ao longo da história, apesar das intempéries da
natureza, como a era do gelo.
Por fim, a título de considerações finais, a
odisseia humana ainda continua no planeta, agora algo mais perigoso
que a destruição dos habitats, a contaminação
de solos e água por elementos químicos com o intuito de
aumentar a produção de alimentos. As tecnologias
possibilitaram ao homem dominar toda a existência do planeta,
destruição de matas e as crises de toda ordem que
reduzem a qualidade vida da existência para a maioria dos seres
humanos e que colabora para o extermínio de muitas formas de
vida, empobrecendo os ecossistemas com a redução da
diversidade da vida e aumento da miséria humana. Estamos
evoluindo?
Na bíblia, aprende-se que Deus criou todas as coisas, a luz,
a vida, os grande animais, e só depois criou o homem a partir
da matéria-prima – o barro. "Deus criou a vida. As
ciências também apontam a origem do universo a partir da
explosão que cria a luz, a luz que possibilita criar o caldo
pré-biótico, associado às reações
química, que origina a vida. E só depois de estruturas
simples, como bactérias e organelas como mitocôndias e
cloroplastos em células mais complexas, a vida vai se
desenvolvendo até o aparecimento do homem - situações
convergentes quando se fala do aparecimento do homem.
A humanidade atingiu o seu limite, precisamos de novas formas de
utilizar a energia, energias renováveis porque o carbono
tirado do subsolo tem impactado a atmosfera, aumentando o efeito
estufa e o aquecimento global, alterando o clima no planeta. Se a
gravidade esculpiu o universo, as tecnologias criadas pelo homem
esculpiram o Século XXI, um século das contradições
humanas.
De um planeta vasto à condição de aldeia global
a partir da transformação do silício, da idade
da pedra à idade do celular há uma constatação:
somos capazes de voar, de ir à lua, mas somos incapazes de
respeitar as formas de vida e de proteger os ecossistemas. Estamos
exaurindo a terra e todos os serviços que a natureza oferece
á existência da vida. Voltaremos à condição
da forma primitiva da vida?
Referências
COX, Michael M. Biologia Molecular: Princípios e Técnicas. Artmed, 2012.
MORAIS, Luciana.
Disponível em>
http://www.revistaecologico.com.br/materia.php?id=84&secao=1404&mat=1562.
Acesso em 04.02.2015, às 18h30min.
http://finslab.com/enciclopedia/letra-s/sopa-primordial.php.
Acesso em 04.02.2015, às 19h..
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